A Marcopolo informou que está preparada para fabricar mil ônibus elétricos em 2023. Ou seja, são mais de 80 unidades do Attivi por mês. Com isso, a marca gaúcha de carrocerias estaria pronta para atender a demanda de cidades como São Paulo. Recentemente, a capital paulista proibiu a compra de novos ônibus com motor a diesel pelas empresas que fazem o transporte público na cidade.
De acordo com prefeitura de São Paulo, o objetivo é cumprir a Lei de Mudanças Climáticas. Ou seja, as regras que visam reduzir pela metade os níveis de emissões de gás carbônico fóssil até 2028. Conforme a nova lei, 20% da frota de ônibus da cidade deve ser de modelos elétricos em 2024. Em outras palavras, são cerca de 2,6 mil veículos.
Portanto, a Marpolo avalia que se trata de uma oportunidade para expandir sua produção. Atualmente, a frota de ônibus que serve a capital paulista tem cerca de 14 mil ônibus. Desse total, apenas 3%, ou cerca de 420, são veículos elétricos.
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Segundo o diretor de operações comerciais da Marcopolo, Ricardo Portolan, a empresa tem capacidade para fornecer ônibus elétricos para qualquer cidade do Brasil "ainda em 2023.” Conforme a empresa, mais de 60% dos componentes do Attivi, que utiliza o conceito de chassi e carroceria, são feitos no Brasil.
Testes em São Paulo e no Rio
O Attivi já foi testado em condições reais de uso em Santo André, na Grande São Paulo. Recentemente, a empresa também iniciou operações em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Além dessa versão, a encarroçadora produziu mais de 500 ônibus elétricos, que rodam no Brasil e no exterior, em parceria com fabricantes de chassis. É o caso do articulado utilizado em São José dos Campos, interior de São Paulo, e do Torino, que roda em Salvador. Nos dois casos, o chassi é da BYD.
Da mesma forma, a Marcoplo avalia um modelo com eixo elétrico 14xe da Cummins Meritor, revelado na Latbus, em agosto. Segundo a encarroçadora, não é preciso fazer nenhum tipo de adaptação. Além disso, a durabilidade, de cerca de 1 milhão de km, é similar à de modelos convencionais.
Soluções eletrificadas avançam
A Marcopolo não é a única a apostar em ônibus elétricos. A Scania, por exemplo, anunciou parceria com a Eletra. A empresa de origem sueca vai fornecer o chassi de 15 metros 6x2*4 e a Eletra, o desenvolvimento do sistema de propulsão. Ou seja, incluindo motor, inversor e bateria fornecidos pela WEG.
Recentemente, a Volvo também mostrou o BLZ de piso baixo. O modelo pode ter de três a cinco pacotes de baterias. As peças, de lítio níquel cobalto óxido de alumínio (NCA) têm capacidade de 94kWh cada. O número de baterias depende do tipo de aplicação.
Segundo a Volvo, a autonomia chega a 300 km. Além disso, as baterias podem receber recargas rápidas, de seis minutos, nos pontos finais de linha. Bem como podem ser recarregadas na garagem do operador durante a noite. O BLZ conta com opções de um ou dois motores de 200 kW cada.
Mercedes-Benz vendeu 100 eO500U
Por sua vez, a Mercedes-Benz já iniciou a produção do ônibus elétrico eO500U em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Segundo a empresa, as operadoras que atendem a cidade de São Paulo já encomendou 100 unidades. O ônibus elétrico tem autonomia para rodar até 250 km.
Diferentemente de outros veículos elétricos, as baterias do eO500U não ficam na parte inferior, mas no teto. De acordo com a fabricante, são dois pacotes, com tensão nominal de 665 volts cada uma.