A Higer, fabricante de origem chinesa, anunciou investimentos de US$ 100 milhões (cerca de R$ 600 milhões) para a construção de uma fábrica no Brasil. Segundo informações da empresa, São Paulo foi o Estado escolhido para receber a nova planta. Porém, a companhia ainda não revelou a cidade onde a unidade será construída.
Conforme executivos da Higer, isso será informado nos próximos pela matriz da fabricante. Seja como for, inicialmente a companhia deverá focar a produção de veículos elétricos. Ou seja, um caminhão pesado de 49 toneladas, um furgão e uma van de passageiros, bem como um ônibus escolar de 9 metros.
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Além disso, está nos planos da marca fabricar mais dois ônibus Padron de 13 metros, sendo uma versão com baterias de grande porte, de modo a garantir ampla autonomia. Por fim, haverá um ônibus articulado de 18 metros, para 134 passageiros.
Segundo o CEO da Tivex Higer, Carlos Eduardo Souza, em dezembro a empresa deve trazer alguns modelos para testes com potenciais compradores brasileiros. O lote inclui os veículos de carga. “Há algumas capitais solicitando nossos veículos. E já estamos desenhando como será a programação dos testes pelos clientes com esses modelos. Inclusive, já temos alguns ônibus rodando em Florianópolis”, diz.
Higer começa em janeiro a montagem das primeiras unidades
Seja como for, a primeira fase do projeto está prevista para o início de 2025, pelo sistema de montagem por PKD (montagem). Nesse sentido, a empresa vai começar pelos ônibus elétricos, segmente com maior demanda no País. Em termos de capacidade, a empresa promete montar em torno de 400 unidades.
“Para isso, a gente já tem desenvolvido no País os nossos parceiros, que são fornecedores locais. Como a Dana, Wabco, Valeo e CATL, por exemplo. Então, para a escolha da região onde teremos a fábrica e, logo mais, a montagem, a gente também levou em consideração espaços para desenvolver hubs locais exclusivos desses fornecedores”, afirma o CEO da Higer.
Depois disso, em cerca de cinco anos, a companhia pretende iniciar a produção em sistema de SKD. Ou seja, fazer a montagem completa. Para isso, será necessário um espaço destinado aos fornecedores. Nesse sentido, a partir de 2025 a marca pretende contar com componentes feitos no Brasil, como vidros e pneus. Em seguida, o plano é nacionalizar os motores elétricos fornecidos pela Dana.
O mercado para a Higer no Brasil
Atualmente, a Tivex Higer participa de licitações como importadora. Além disso, já vende ônibus no Brasil. Em Cascavel (PR), por exemplo, circulam 15 ônibus da marca, além de 30 no Rio de Janeiro e outros 30 em Belém. Segundo a companhia, capitais como Salvador e Florianópolis também estão avaliando alguns modelos.
Por ora, a marca mantém um centro técnico na capital paulista, onde também fica o centro de peças de reposição de veículos e baterias. No mesmo sentido, a empresa é credenciada para fazer manutenção dos componentes da CATL.
“Além disso, em cada local onde estamos presentes, estruturamos uma rede avançada. Onde temos técnicos e estruturação de espaço para peças”, diz Souza. De acordo com ele, após o processo de montagem local, a participação da Higer no mercado de ônibus elétricos do Brasil vai chegar a 30% em cerca de dois anos.
Do mesmo modo, a marca quer expandir a presença de seus veículos em outros países da América Latina. Ou seja, a partir da exportação de parte da produção localizada no Brasil.