O sistema de freios é um dos itens mais críticos para a segurança veicular. No caso de caminhões, a falta de manutenção adequada pode ser ainda mais grave, sobretudo na estrada. Em 2024, a fiscalização em rodovias flagrou mais de 23 mil caminhões com falhas diversas. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), defeitos nos freios causaram ao menos 282 acidentes, com 266 feridos e 19 mortos.
Conforme o consultor de marketing de produto da Fras-le, fabricante de componentes do sistema, Robson Andriel Lipniarski, em caso de sinal de defeito o motorista deve agir imediatamente. De acordo com ele, tornar rotina a inspeção preventiva evita que problemas simples evoluam para intervenções mais complexas. Assim, isso reduz o risco de acidentes e o custo de manutenção.
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Desgaste das peças e superaquecimento
Pastilhas, discos, sapatas e pneus comprometidos reduzem a eficiência da frenagem e podem afetar outras partes do veículo. Ao mesmo tempo, o superaquecimento do sistema afeta elementos de fricção, como lonas e tambores.
Transportar peso acima do permitido compromete diretamente a performance dos freios e aumenta a exigência sobre todo o sistema. Ou seja, acelera o desgaste, prejudica a suspensão e reduz a durabilidade dos pneus, por exemplo.
Nos sistemas pneumáticos, a pressão inadequada e vazamentos prejudicam a frenagem. Por isso, é importante revisar componentes como compressor, válvula reguladora e dutos. Nessas checagens, é preciso avaliar a vedação, se há acúmulo de água nos reservatórios e/ou contaminação por óleo.
Diagnóstico precoce evita prejuízos
Ao perceber qualquer sinal de falha nos freios, o motorista deve procurar uma oficina especializada para avaliação completa. Segundo Lipniarski, agir cedo reduz gastos e impede que danos mais graves se espalhem para outras partes do veículo. Em resumo, cuidar dos freios é investir em segurança, economia e tranquilidade.
Como parte do programa de redução de acidentes realizado durante o Maio Amarelo, agentes da PRF identificaram modificações feitas nos freios de caminhões. Entre as mais graves houve casos de anulação do sistema ABS, desativação de válvulas de segurança, bem como uso de arames e pedaços de madeira.
Ademais, alguns motoristas chegaram a colocar chinelos no lugar de peças quebradas e removeram fusíveis para impedir alertas no painel do veículo. Os flagrantes foram revelados pela Arteris, gestora de rodovias nas regiões sul e sudeste do Brasil.
Conforme a concessionária, essas práticas são ainda mais graves no caso de caminhões que circulam em trechos de serra, onde os freios são mais exigidos. Ainda de acordo com a empresa, a negligência agrava o problema da sobrecarga e acelera o desgaste de lonas, pastilhas, válvulas e sistemas pneumáticos.