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Confira dicas para levar seu pet em ônibus de viagem

Com as férias, cresce o número de passageiros que precisam levar o pet em ônibus intermunicipais e interestaduais; veja recomendações de especialistas

Aline Feltrin

24 de dez, 2022 · 11 minutos de leitura.

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Pets em ônibus
Viajar com pets é cada vez mais comum
Crédito:Cris Berger

Como levar o pet em ônibus de viagem é uma preocupação para muita gente. Principalmente agora, no período de festas de fim de ano e férias. Atualmente, cada Estado tem suas próprias regras. Porém, o Projeto de Lei 207/21, de autoria da deputada Marina Santos (Solidariedade-PI) e que trata do tema, tramita na Câmara. Portanto, se for aprovada a lei vai regulamentar o transporte de cães e gatos por via terrestre, aquaviária e aérea em todo o território nacional.

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Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), cada empresa de ônibus tem suas próprias normas. Mas, de modo geral, o peso máximo liberado para o pet no ônibus é de 10 quilos. Porém, a recomendação é buscar informações diretamente na empresa de ônibus antes de comprar o bilhete. Isso porque, no Rio Grande do Sul, por exemplo, a Resolução 4.938/08 do Conselho de Tráfego do Daer limita o peso do animal a 8 kg.


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Seja como for, em todos os Estados o cão ou gato deve ser levado em caixa adequada. Ou seja, deve ser possível colocá-la de pé ou deitada. Ela também tem de ser fácil de limpar e feita de material resistente, com ventilação. Vale lembrar que essa regra não inclui cães-guias, que acompanham deficientes visuais. Além disso, em geral é possível levar o bichinho na poltrona ao lado do tutor. Porém, é preciso pagar o preço regular desse bilhete, uma vez que o assento ficará bloqueado para uso de outro passageiro.

Pet no ônibus precisa de carteira de vacinação

Empresas como a Planalto têm páginas com informações sobre viagens com pets; Foto: Viação Planalto

Segundo a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), cada pessoa pode levar até dois animais em cada viagem de ônibus. Porém, a agência lembra que é preciso comprovar as boas condições de saúde do pet. Para isso, o tutor deve portar um documento emitido por veterinário até, no máximo, três dias antes da viagem. O médico deve ser registrado no Conselho Regional de Medicina do Estado onde o animal mora.


Portanto, a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) recomenda que a compra seja feita no balcão da empresa. Outra regra importante é levar a carteira de vacinação, que deve estar em dia. Da mesma forma, deve-se checar as regras sobre o pet no ônibus diretamente na viação. Elas podem variar conforme o Estado. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a Resolução 4.938/08 do Conselho de Tráfego do Daer permite levar animais de, no máximo, 8 kg.

Além disso, as empresas de ônibus do Estado podem cobrar por pet transportado. Porém, como isso é facultativo, boa parte não exige o pagamento. É o caso da Viação Planalto, que tem uma página com regras sobre como levar pet no ônibus. Outro diferencial do RS é que o atestado do veterinário pode ser emitido com até 15 dias de antecedência da viagem.

Demanda em alta

Em geral as empresas de ônibus proíbem o transporte de alguns tipos de pets. É o caso de fêmeas grávidas, filhotes com menos de 90 dias de vida, aves e mini porcos. Bem como animais exóticos, como cobras e outros e outros répteis, incluindo tartarugas e lagartos. Seja como for, a Abrati informa que o número de passageiros que levam pet em ônibus não para de crescer. Segundo a associação, uma das companhias transportou mais de 13.300 pets de janeiro até a primeira quinzena de dezembro de 2022.


Dicas de quem já viajou e especialista

Experiente em leva sua pet em ônibus, a social media Camilla Oliveira Brito confirma a importância de checar as regras com a empresa. Ele costuma levar a Shih-tzu Angel, de 5 anos e 7 kg, para todos os lugares onde vai. E explica que esse cuidado evita surpresas desagradáveis em cima da hora. "Sempre verifico qual é o peso máximo, o tamanho exigido da caixa de transporte e se a Angel tem de ficar dentro dela durante todo o trajeto", diz.

Camilla e a Shih-tzu Angel, que a acompanha em suas viagens de ônibus; Foto: arquivo pessoal

Segundo Camilla, a maioria das empresas de ônibus exige que o tutor compre um assento para o pet. Ela afirma que um dos cuidados é colocar fralda no bichinho para não correr o risco de ele fazer xixi dentro da caixa. Uma boa dica é colocar também um tapete higiênico na parte interna, para evitar riscos.


Antes de viajar com o pet em ônibus, o tutor precisa se planejar. Essa é a recomendação do especialista em cães e dono do Canil Diamantes da Serra, João Tadeu Silva Filho. Ele explica que é preciso levar uma bolsa com todos os acessórios do animal. Assim, não podem faltar coleira e potes de água e comida. "Também é bom levar ração suficiente para todo o período que o animal for ficar fora de casa", diz.

Alimentação

Com isso, o tutor evita o risco de não encontrar a ração de que o pet gosta no local de destino. Além disso, no ônibus o especialista sugere que o dono ofereça ao animal apenas 10% da quantidade de comida que ele costuma comer em cada refeição. "Assim, ele não vai passa mal", diz. No caso de trajetos curtos, Silva Filho recomenda não oferecer alimento. O ideal, segundo ele, é cuidar apenas da hidratação.

"Quando chegar ao destino, aí sim, o dono pode voltar a oferecer a quantidade de ração habitual", sugere. Nesse caso, ele recomenda colocar uma porção maior do que a de costume. Dessa forma, o pet vai recuperar os nutrientes que deixou de consumir.


Postos de parada

Também vale saber quantas paradas o ônibus fará durante a viagem. Bem como o intervalo entre elas. Assim, o dono pode tirar o bichinho da caixa para que ele se exercite e possa "ir ao banheiro". "Primeiro, o tutor deve se preocupara com o pet. Só depois de fazer isso ele deve cuidar de suas necessidades próprias", afirma Silva Filho.

Adaptação prévia

O médico veterinário Leandro Neves Camacho lembra que os preparativos para viajar com o pet em ônibus vão além de ter o atestado de boa saúde e a vacinação em dia. Segundo ele, o tutor não pode se esquecer da prevenção contra veres, pulgas e carrapatos, entre outros parasitas.

Além disso, Camacho recomenda que o tutor inicie um processo de adaptação do animal antes da viagem. Assim, o pet deve ser colocado na caixa por alguns minutos todos os dias, antes da data do embarque. "Isso reduz o risco de o animal ficar estressado", afirma.


Outra dica é com relação ao uso de calmantes naturais. Sobretudo para pets mais agitados. "Pode ser floral ou um fitoterápico. E até mesmo suplementos que reduzem o estresse e a ansiedade", afirma. Seja como for, o uso de qualquer tipo de medicamento só deve ser feito com a supervisão do veterinário.

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