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China lidera eletrificação de ônibus; Europa, Índia e América Latina aceleram transição

China mantém liderança global em ônibus elétricos, enquanto Europa, Índia e América Latina ampliam frotas e políticas de transição

Thiago Vinholes

04 de nov, 2025 · 5 minutos de leitura.

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Fabricantes como Mercedes-Benz, Volvo, Irizar e Solaris são alguns dos principais fornecedores de ônibus elétricos na Europa
Crédito:Daimler/Divulgação

A China continua a liderar com folga o mercado global de ônibus elétricos, sustentando o maior volume de produção e de veículos do tipo em operação no mundo. Segundo levantamento do portal Sustainable Bus, o país mantém uma frota que supera em várias vezes a soma dos demais continentes, resultado de políticas públicas contínuas e de uma indústria consolidada na categoria.

Entretanto, outras regiões também estão ampliando seus esforços de eletrificação. A Europa, impulsionada por regulamentações ambientais mais rígidas e por investimentos de fabricantes locais, tem apresentado ritmo crescente. No primeiro semestre de 2025, foram emplacados 9.346 ônibus elétricos no continente, incluindo os países da EFTA e o Reino Unido — um aumento de 41% em relação ao mesmo período de 2024.

Europa amplia produção, mas depende da China

De acordo com o Sustainable Bus, o avanço europeu é sustentado tanto por novos projetos industriais quanto pela modernização das linhas de produção existentes. Fabricantes como Volvo, Mercedes-Benz, Irizar e Solaris investem em baterias mais leves e com maior densidade energética. Um exemplo é a adoção de módulos NMC4 pela Mercedes. Além disso, várias cidades — entre elas Paris, Berlim e Madri — já operam frotas expressivas de ônibus elétricos e planejam metas de zero emissões para 2030.

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Os tradicionais ônibus double decker de Londres já usam motores elétricos - Alexander Dennis/Divulgação

Mesmo com esse crescimento, a China ainda domina a cadeia de suprimentos de baterias e componentes críticos. Atualmente, boa parte dos ônibus elétricos vendidos na Europa e na América Latina tem origem ou tecnologia chinesa.


Índia acelera adoção de ônibus elétricos

Na Índia, o programa nacional FAME (sigla em inglês para Adoção e Fabricação Mais Rápidas de Veículos Elétricos) tem incentivado a produção local de ônibus elétricos. Em 2024, o país registrou 3.616 veículos a bateria em operação. A meta é chegar a 50 mil unidades até o fim da década. Fabricantes como Tata Motors, JBM e Olectra lideram os novos contratos de fornecimento para grandes centros urbanos, como Mumbai e Nova Delhi.

Tata Motors
Meta dos indianos é introduzir 50 mil ônibus elétricos no país até 2030 - Tata Motors/Divulgação

América Latina ganha fôlego e amplia presença chinesa

Na América Latina, a eletrificação de ônibus urbanos também avança. Segundo o Sustainable Bus, já são cerca de 6.800 unidades em circulação na região, com destaque para Santiago e São Paulo, que lideram as operações em escala comercial. A projeção para 2030 é que o número ultrapasse 25 mil veículos.

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Atualmente, São Paulo e Santiago do Chile possuem as maiores frotas de ônibus elétricos da América do Sul - BYD/Divulgação

A presença de fabricantes chineses é marcante nesse mercado. BYD e Yutong, por exemplo, dominam as entregas recentes e mantêm parcerias com operadores locais para montagem e manutenção. Ao mesmo tempo, governos municipais têm ampliado editais de eletrificação e programas de incentivo à mobilidade limpa.

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