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Caminhoneiro dos EUA não quer se aposentar; no Brasil, 71% devem deixar profissão

Se nos EUA motoristas profissionais pensam em adiar a aposentadoria, no Brasil o caminhoneiro não se enxerga na profissão na próxima década

Aline Feltrin

21 de jul, 2023 · 5 minutos de leitura.

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caminhoneiro
Crédito:Scania
No Brasil, caminhoneiro não se enxerga na profissão na próxima década

A profissão de caminhoneiro tem nuances bem diferentes conforme o país. Nos Estados Unidos, por exemplo, um a cada quatro motoristas pretende continuar dirigindo até aguentar. Por outro lado, no Brasil, mais 70% dos caminhoneiros não se veem na profissão na próxima década. Os dados são resultados de pesquisas feitas lá e aqui com o público caminhoneiro.

Conforme estudo feito nos EUA pela Trucker News com mais de 800 motoristas profissionais, muitos deles disseram que pretendem continuar na estrada por mais longos anos. Além disso, levantamento da American Trucking Associations mostra que a idade média do caminhoneiro autônomo nos país é de 46 anos. Por outro lado, os motoristas que trabalham para transportadoras têm, em média, 57 anos.

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Assim, 26% dos entrevistados afirmaram que vão continuar dirigindo enquanto estiverem saudáveis. Por outro lado, 32% ainda não decidiram quando vão se aposentar. Seja como for, 11% planejam deixar as estradas aos 65 anos. Enquanto 12% responderam que vão parar aos 67 anos e 10% aos 70 anos.

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Caminhoneiro norte-americano gosta do que faz

Dos caminhoneiros que não pretendem se aposentar, 37% dizem que gostam da profissão. Por isso, vão continuar dirigindo até quando puderem. Enquanto isso, 34% disseram que não vão parar porque precisam do dinheiro. Da mesma forma, 14% afirmam que se não trabalharem não vão conseguir pagar o seguro saúde.


Além disso, um dos entrevistados, que tem 70 anos, disse que consideraria dirigir por meio período. Conforme o caminhoneiro, ele pensa em parar de trabalhar aos 80 anos. Por fim, outro afirmou que gostaria de se aposentar aos 67 anos. Contudo, pensa que não vai poder por não ter boas condições financeiras.

Caminhoneiro brasileiro quer deixar profissão

Diferentemente dos EUA, no Brasil o caminhoneiro pensa em deixar a profissão. É o que aponta pesquisa com mais de 500 profissionais feita pelo Clube da Estrada e a Logtech. Conforme o estudo, 71% dos entrevistados não se veem na profissão na próxima década.

Segundo Thomas Gautier, CEO do Freto e responsável pela administração do Clube da Estrada, é preciso melhorar as condições de vida desses profissionais. Conforme o executivo, governo e empresas têm de "movimentar sonhos, carreiras, pessoas e famílias". afirma.


Conforme a pesquisa, 78% dos entrevistados dizem que o maior problema é a falta de segurança nas estradas. No mesmo sentido, 76% afirmam que é preciso melhorar e ampliar o número de pontos de parada e descanso. Bem como a infraestrutura, apontada como precária por 71,4% dos profissionais.

Portanto, essas preocupações superaram até mesmo o preço do diesel, apontada como importante por 16% dos motoristas. Bem como o aumento do preço do frete, listada por 20,5%. Conforme outra pesquisa feita em 2022 pelo Clube da Estrada, em uma escala de 0 a 5, o índice de satisfação dos caminhoneiros com a profissão ficou, em média, em 1,7.

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