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Brasil vai fabricar 160 mil caminhões e ônibus em 2024, diz Anfavea

Segundo as fabricantes, o avanço na produção de caminhões e ônibus deverá ser de 32,1%; altas taxas de juros e restrição à concessão de crédito ainda preocupam o setor

Aline Feltrin

10 de jan, 2024 · 4 minutos de leitura.

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caminhões e ônibus
Embora as expectativas para este ano sejam positivas, a indústria contabiliza os resultados negativos do ano passado
Crédito:Volvo: Divulgação

As fabricantes de caminhões e ônibus estão otimistas com 2024. Conforme a Anfavea, que representa as empresas do setor, a projeção indica produção de 160 mil caminhões e ônibus neste ano. Ou seja, 32,1% a mais do que os 121 mil fabricados em 2023. Vale destacar que, historicamente, o segmento de ônibus representa de 15% a 20% da produção total. Portanto, em 2024 não deve passar de 32 mil unidades.

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Seja como for, apesar da projeção otimista, questões como as altas taxas de juros preocupam as fabricantes. Assim como a dificuldade de acesso à linhas de créditos. Afinal, boa parte das compras é feita por meio de financiamento.

Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, há bons motivos para acreditar em 2024 melhor que 2023. “Além da expectativa de crescimento do mercado interno, devemos celebrar a publicação da MP 1.205 que instituiu o Programa Mover”. Ou seja, o novo plano do governo federal que deve trazer mais previsibilidade para as fabricantes.

Produção de caminhões e ônibus em 2023

Conforme a MP, o objetivo é privilegiar o desenvolvimento de novas tecnologias para redução de emissões. Para isso, o programa vai incentivar investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Portanto, os números de produção e vendas devem crescer.


Segundo dados da Anfavea, a produção de caminhões em 2023 foi 37,9% menor que a de 2022. Ou seja, foram feitas 100,5 mil unidades, ou 61,5 mil a menos que no ano anterior. Da mesma forma, houve recuo de 35,2% no volume de produção de ônibus. Em outras palavras, foram feitas 20.598 unidades em 2023, ou 11.179 a menos que em 2022.

O fraco desempenho também está relacionado à mudança das leis de controle às emissões de poluentes. Com a introdução do Proconve P8, equivalente ao Euro 6, em janeiro de 2023, os caminhões ficaram, em média, 30% mais caros. Porém, as fabricantes aceleraram a produção de modelos com motor Euro 5 sobretudo no último trimestre de 2022.

Assim, esses estoques continuaram à venda ao longo de 2023. Ou seja, muitos compradores que precisaram renovar ou ampliar a frota, optaram pelos modelos com motores "antigos" e, portanto, mais baratos. Conforme a Anfavea, 53% dos caminhões e 44% dos ônibus fabricados em 2023 tinham motor Euro 6.


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