A ZF vai iniciar os testes no Brasil da Traxon de segunda geração. Ou seja, da nova versão da transmissão automatizada para caminhões extrapesados. Segundo a empresa, a avaliação inclui a área de engenharia da marca no País, bem como montadoras. Conforme o gerente-sênior de Driveline da ZF América do Sul, Caio Silva, os testes devem ocorrer entre o quarto trimestre deste ano e o início de 2026.
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De acordo com informações da ZF, a segunda geração da Traxon vai garantir redução do consumo de combustível. Nesse sentido, contribuem novos recursos de conectividade e do sistema de previsibilidade de rotas. “Vamos trazer a Traxon 2 para ser validada nas condições severas do Brasil. Trata-se de uma transmissão com inteligência embarcada, capaz de antecipar trocas de marcha e reduzir o consumo de combustível de forma considerável”, diz Silva.
Traxon 2 tem trocas mais rápidas e integração com motorizações híbridas
Dessa forma, outra inovação da Traxon 2ª geração está um novo sistema de atuadores elétricos, que substitui o tradicional conjunto pneumático. Dessa forma, as trocas de marcha são feitas de modo mais dinâmico, conforme a fabricante. Além disso, a nova transmissão tem arquitetura preparada para atuar com sistemas híbridos de propulsão.
Ou seja, um motor elétrico auxiliar pode ser acoplado ao sistema, entregando potência adicional em situações de maior demanda. Assim, pode entrar em ação em subidas íngremes ou retomadas de velocidade com carga máxima, por exemplo. Essa configuração permite que o motor a combustão opere em regime de rotação mais eficiente.
“A Traxon consegue, por exemplo, 'decidir' a quilômetros de distância qual marcha será necessária em determinado trecho. Porém, a leitura vai ocorrer de forma mais ágil, otimizando toda a operação”, diz Silva. Além disso, a Traxon de 2ª geração já tem proteção contra ataques cibernéticos. Portanto, está à frente até mesmo da legislação brasileira.
No Brasil caixas inteligentes ganham espaço, mas manuais ainda resistem
Seja como for, Silva reconhece que a migração das caixas manuais para automáticas no Brasil ainda enfrenta a barreira do custo. Especialmente nos segmentos de caminhões leves e médios. “O grande frotista entendeu a matemática da transmissão automatizada. Mas o autônomo e o pequeno empresário ainda sentem o impacto do investimento inicial”, afirma o executivo.
No entanto, Silva destaca que as transmissões inteligentes, como a automática PowerLine para ônibus e a autoatizada Traxon para caminhões, vêm conquistando espaço em nichos em que a redução do consumo de combustível e das paradas para manutenção são prioridades. “Essa é uma tendência que avança a cada ano, e com a Traxon 2 não será diferente. A inteligência embarcada vai permitir que o caminhão seja mais eficiente mesmo com motores menores”, diz.
ZF aposta em eixos elétricos para veículos comerciais
Além das transmissões automatizadas, a ZF aposta no desenvolvimento de eixos elétricos para veículos comerciais movidos a bateria. Assim, essa solução pode eliminar componentes como o eixo cardã e caixas de transmissão em determinadas aplicações. Dessa forma, é possível liberar espaço para a instalação de pacotes de baterias, bem como otimizar a eficiência energética do conjunto.
Conforme Silva, a eletrificação completa requer uma reconfiguração do powertrain. "O eixo elétrico é uma solução natural para isso. Estamos focando produtos que atendam demandas que tendem a crescer no Brasil”, explica.
