O desempenho da Volvo Trucks no segundo trimestre de 2025 ficou abaixo das expectativas. A fabricante registrou queda nas vendas globais de seus caminhões. Segundo a marca, a retração foi puxada pela baixa demanda sobretudo na América do Norte e América do Sul. Além disso, embora haja crescimento das vendas de caminhões elétricos, o ritmo ainda é lento.
VEJA MAIS:
- Volvo projeta alta tímida da venda de caminhões no 2º semestre
- DAF XG é flagrado em testes no Brasil e pode antecipar novidades da marca
- Mercado de caminhões cai por três meses consecutivos, diz Anfavea
Queda generalizada nas vendas
Dessa forma, entre abril e junho de 2025, a Volvo vendeu 52.764 caminhões no mundo todo. Ou seja, houve queda de 10% em comparação com o mesmo período de 2024. Além disso, a receita teve queda ainda maior, de 14% no segundo trimestre.
Embora a empresa tenha mantido algum fôlego na vendas na Ásia, nos demais mercados houve baixa número de emplacamentos. Na Europa, por exemplo, o recuo foi de 5%. Além disso, na América do Sul a retração chegou a 15% e na América do Norte, a 20%.

Crise nos EUA pressiona resultados
Segundo a Volvo, um dos mercados mais difíceis é o Estados Unidos. Sobretudo por causa da política econômica implementada pelo governo do presidente Donald Trump. Dessa forma, no aumento de tarifas de importação criaram um clima de incerteza no setor de transporte. Como resultado, muitas empresas de transporte do país adiaram seus planos de renovação de frota. Além disso, os preços dos caminhões novos subiram consideravelmente.
Na América do Sul, a maior queda nas vendas foi no Brasil. A alta da taxa Selic, utilizada para indexar os contratos de financiamento, e a dificuldade de acesso ao crédito são apontados como entraves para a aquisição de novos caminhões. Seja como for, o diretor executivo da Volvo, Alcides Cavalcanti, disse ao Estradão que a marca deve registrar leve recuperação nas vendas na segunda metade do ano.
Conforme o executivo, as vendas de caminhões semipesados estão aquecidas. Sobretudo de modelos com Peso Bruto Total (PBT) de até 26 toneladas. Nesse sentido, colabora a boa procura por empresas com operações de transporte nos setores de serviços, comércio eletrônico e construção civil, por exemplo.
Liderança na venda de elétricos não garante fôlego à Volvo
Seja como for, a Volvo manteve a liderança de vendas globais de caminhões elétricos. De acordo com a marca, os pedidos cresceram 53% no segundo trimestre de 2025. No entanto, o avanço nas entregas foi modesto, de apenas 7%.
Segundo a empresa, a demanda na Europa continua baixa. Dois fatores são apontados como os maiores entraves à expansão das vendas: lentidão na implantação de infraestrutura de recarga e limitação dos incentivos fiscais para a compra de caminhões elétricos.
Expectativas para os próximos meses
De todo modo, a Volvo aposta em novos programas de incentivo e implantação de infraestrutura de recarga para caminhões elétricos, sobretudo na Europa. Porém, o caminho para a recuperação plena das vendas pode exigir ajustes profundos na estratégia comercial global da marca.