O mercado brasileiro de caminhões semipesados, especialmente na configuração 6x2, segue aquecido e altamente competitivo. Nesse sentido, a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) mantém sua liderança graças a uma estratégia bem estruturada. Ou seja, equilibrar a oferta para aplicações urbanas e rodoviárias.
A marca, que historicamente se destacou no setor desde os tempos do Euro 3 com o modelo 24.250, consolidou sua posição com sucessor 24.280 — este último, o semipesado mais vendido da geração Euro 5. Como resultado, a Volkswagen criou dois subsegmentos dentro da categoria de semipesados, desenvolvendo caminhões específicos para operações urbanas e vocacionais. Assim como outros modelos voltados para rotas rodoviárias de curta e média distância.
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Tudo isso mantendo atributos em comum. Como de design, cabine e trem de força, diferenciando-se apenas na potência do motor.
Segmentação estratégica: 26.260 para as cidades e 26.320 para as rodovias
Com a chegada da norma Euro 6, a VWCO deixou ainda mais clara sua estratégia no segmento de caminhões trucados semipesados. Assim, oferecendo ao mercado duas opções distintas que atendem perfis específicos de operação.
Os modelos 26.260 e 26.320, embora compartilhem a mesma base, foram desenvolvidos para diferentes aplicações. O Volkswagen 26.260 é indicado para operações urbanas e vocacionais, como transporte de bebidas, coleta de resíduos, entrega de materiais de construção e serviços de distribuição. Segundo a montadora, o modelo se destaca pela capacidade de enfrentar o tráfego urbano e realizar entregas em locais de difícil acesso.
Por outro lado, o Volkswagen 26.320 é voltado para operações rodoviárias de curta e média distância. Porém, com maior potência e cabine mais confortável. Dessa forma, sendo o modelo ideal para quem busca desempenho, bem como versatilidade em trechos intermunicipais. A marca destaca ainda o bom custo-benefício, tanto para frotistas quanto para transportadores autônomos.
Criando tendências no setor
Para a engenheira de marketing de produto da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Andria Giusti, essa segmentação foi um passo estratégico importante. “Mesmo sendo uma marca full liner, oferecemos soluções personalizadas para as mais diversas operações logísticas do País”, afirma.
Segundo ela, a decisão de manter a potência do 26.260 em um patamar ideal para o transporte urbano e aplicações vocacionais foi intencional. “Dividimos propositalmente o mercado: criamos o 26.260 para operação urbana e posicionamos o 26.320 para as demandas rodoviárias. Deu tão certo que a concorrência começou a seguir a mesma estratégia pouco tempo depois”, destaca.
Motorização e Desempenho
O coração mecânico de ambos os modelos é o motor MAN D0836, de seis cilindros e 6.870 cm³. Porém, no 26.260, essa unidade gera 260 cv a 2.200 rpm e torque máximo de 97 mkgf. Enquanto no 26.320, a mesma arquitetura entrega mais potência. Ou seja, de 315 cv a 2.200 rpm e torque de 122 mkgf entre 1.200 e 1.700 rpm.
Essa diferença coloca o 26.320 com maior capacidade de tração e melhor desempenho em rampas carregado. Por isso é indicado para a operação estradeira.
Outro ponto é a transmissão. O 26.260 pode receber câmbio manual de 6 marchas Eaton ou 9 marchas ZF. Já o 26.320 avança ao oferecer 9 marchas ZF no manual e uma opção automatizada V-Tronic de 12 marchas. O que melhora o consumo e reduz o esforço operacional. Especialmente em trechos urbanos ou aclives longos.
Capacidade de Carga e PBT
Ambos os modelos da Volkswagen Caminhões têm PBT homologado de 23.000 kg e capacidade técnica de 25.600 kg. Além disso, contam com suspensões traseiras semelhantes — eixo motriz rígido mais o eixo auxiliar com suspensor eletropneumático. A diferença aparece no peso bruto total combiado (PBTC), que no 26.320 é de 36.000 kg. Enquanto no 26.260 fica em 35.000 kg.
Em carga útil com carroceria, os dois se equivalem nas faixas de 15.600 kg a 16.100 kg. Ou seja, variando conforme o entre-eixos e cabine.
Os dois modelos trazem freios a ar com ABS, EBD, ATC, HSA e ESC, assegurando controle e segurança em frenagens e partidas em rampas. No chassi, o 26.320 adota longarinas duplas, enquanto o 26.260 utiliza longarinas simples, uma escolha que reforça a proposta do 26.320 para operações de longas distâncias.
Pacotes personalizados para cada aplicação
Os modelos 26.260 e 26.320 podem receber duas opções de cabine — Robust e Prime —, ajustadas conforme o perfil de operação. A cabine Robust prioriza funcionalidade e resistência, ideal para ambientes de alta sujidade e aplicações como coleta de resíduos. Por isso, conta com itens como ar-condicionado e suporte de celular.
Já a versão Prime aposta em um acabamento mais refinado, incluindo bancos de couro sintético com suspensão pneumática e cinto integrado, ar-condicionado, trio elétrico, rádio Bluetooth. E como opcional, o pacote Highline, que oferece central multimídia e cluster digital — recursos antes restritos a segmentos superiores.
“Antes, ninguém imaginava central multimídia e cluster digital em semipesado. Trouxemos e está sendo um sucesso”, celebra Andria.
Liderança consolidada e números expressivos
Em 2024, a Volkswagen encerrou o período com mais de 39% de participação no segmento de semipesados 6x2, um resultado expressivo que reafirma sua liderança. No Brasil, ao contrário da Europa — onde o transporte rodoviário de carga é dominado pelos cavalos mecânicos —, os caminhões semipesados ainda desempenham papel fundamental. Especialmente devido à carência de infraestrutura ferroviária e à precariedade de algumas rodovias.
Diante disso, a marca acredita que sua posição de liderança no segmento 6x2 deve se manter sólida nos próximos anos. Mesmo com a chegada de novos concorrentes no mercado.
