O segmento de caminhões médios é um dos mais competitivos do Brasil. Assim, a chegada do novo Acello 1117 é uma aposta certeira da Mercedes-Benz. Ou seja, o modelo visa disputar compradores com o líder de vendas, Volkswagen Delivery 11.180. Os dois modelos focam operações urbanas e interurbanas de curtas distâncias. Porém, cada marca tem estratégias distintas.
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De um lado, a Volkswagen aposta na potência do motor e na leveza estrutural. Do outro, a Mercedes-Benz oferece um produto mais robusto. Embora atuem na mesma faixa de Peso Bruto Total (PBT), de 10.700 kg, há boas diferenças em relação a motor, transmissão, distância entre os eixos e desempenho comercial. Ou seja, fatores que fazem toda a diferença conforme o tipo de operação.
Potência x robustez: motores distintos para propostas diferentes
O Volkswagen Delivery 11.180 traz motor Cummins ISF 3.8 de 175 cv de potência a 2.500 rpm e 61,2 mkgf de torque entre 1.100 e 1.800 rpm. Dessa forma, nessa configuração o caminhão tem respostas rápidas e bom rendimento. Especialmente em aplicações urbanas, em que há grande número de paradas.
Além disso, o conjunto se completa com transmissão manual ou automatizada Eaton ESO 6106. Conforme a marca, isso facilita a condução em centros urbanos.
Por sua vez, o Mercedes-Benz Accelo 1117 tem motor OM 924 LA BlueTec 6 de 163 cv a 2.200 rpm e 62,2 mkgf entre 1.200 e 1.600 rpm. Apesar de te potência ligeiramente menor, sua curva de torque garantir força rotações menores que as do rival. Assim, é ideal para transportar cargas mais pesadas. Segundo a marca, a transmissão pode ser manual ou automatizada MB G 70-6. Além disso, o caminhão tem itens como freio-motor convencional e Top Brake.
Marcas têm PBT equivalentes
Na comparação de capacidades, o Delivery 11.180 tem vantagem no PBT técnico de 13.200 kg, contra 13.000 kg do Accelo 1117. Além disso, o VW é mais leve: seu peso em ordem de marcha parte de 3.320 kg, o que pode favorecer operações que exigem maior agilidade, sem comprometer a carga útil. A do Accelo parte de 3.440 kg a depender da distância entre os eixos.
Em capacidades de carga útil, o novo Accelo tem entre 7.260 kg e 7.044 kg. Todavia, o do Delivery é menor, de 6.930 kg.
Nesse sentido, ambos oferecem variações de distância entre os eixos. Dessa forma, no caso da Volkswagen, entre 3.400 mm e 4.600 mm, e no da Mercedes-Benz de 3.100 mm, 3.900 mm e 4.600 mm. Isso permite maior flexibilidade para adaptações de implementos, como baús, câmaras frigoríficas e plataformas.
Freios e segurança: pacote tecnológico
O Accelo 1117 se destaca pelos recursos de segurança. Ele vem equipado com ABS, ASR, ESC (controle de estabilidade) e assistência de partida em rampa. O Delivery 11.180 também traz ABS e ESC, além de HSA e ATC, porém não inclui o freio-motor. Aliás, esse recurso exclusivo é exclusivo ao modelo da Mercedes-Benz para aumentar a eficiência de frenagem em descidas.
Nesse ponto, a robustez do Accelo o coloca um degrau acima. Especialmente em operações com trechos acidentados ou mais exigentes.
Mercado: liderança clara do Delivery, mas Accelo mantém presença forte
Nos primeiros seis meses de 2025, o Volkswagen Delivery 11.180 liderou com folga as vendas de caminhões médios no Brasil. Segundo dados da Fenabrave, o modelo acumulou 3.069 unidades vendidas, o que representa 40,95% de participação no segmento. Já o Accelo 1117 vendeu 457 unidades, com 6,1% de participação. Isso ocorre porque o modelo chegou ao mercado no final do ano passado. Mas sua rápida ascensão mostra que o caminhão em breve deve começar a incomodar a concorrência.
Veredito: escolha depende da aplicação
Em resumo, o Volkswagen Delivery 11.180 entrega mais potência, leveza e agilidade, sendo ideal para entregas urbanas e operação em centros congestionados. Já o Mercedes-Benz Accelo 1117 oferece mais capacidade e um pacote de segurança superior. Assim, se destacando em aplicações que exigem resistência e suporte técnico confiável.
Portanto, a escolha entre os dois depende diretamente do tipo de operação e das prioridades da frota. Seja por desempenho, economia ou pós-venda.
