A Volkswagen Caminhões uniu forças à concessionária EcoRodovias para testar o B100, biodiesel 100% renovável produzido a partir de soja. Os testes começaram na Ecovias Noroeste Paulista, no interior de São Paulo. Dessa forma, a meta é medir o desempenho, o consumo, o desgaste do motor, bem como a confiabilidade em condições reais de rodagem.
O combustível, que substitui integralmente o diesel fóssil, pode reduzir até 90% das emissões de CO₂, segundo levantamentos da Agência Nacional do Petróleo (ANP), da Abiove e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Assim, a iniciativa reforça a busca por alternativas viáveis de descarbonização no transporte rodoviário.
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Frota Volkswagen dedicada aos testes
Os experimentos vão durar 12 meses e serão feitos em quatro veículos da marca. Ou seja, um Meteor 29.530, configurado como guincho, dois Delivery 11.180, também em versão guincho e um Constellation 17.190, utilizado como caminhão-pipa.
Vice-presidente de engenharia da Volkswagen Caminhões, Rodrigo Chaves, destaca a relevância da iniciativa. “Testar o B100 com a EcoRodovias fortalece nossa atuação em soluções de baixo carbono. Ao mesmo tempo em que garante desempenho, eficiência e confiabilidade operacional”.

Alinhamento às metas ESG da EcoRodovias
Além disso, a parceria está conectada à Agenda ESG 2030 da EcoRodovias, que prevê reduzir em 25% as emissões de gases de efeito estufa até 2026 e em 42% até 2030. Essas metas abrangem emissões diretas (Escopo 1) e indiretas (Escopo 2).
Diretora de sustentabilidade do grupo, Monica Jaén, explica que a frota própria ainda responde por parcela significativa das emissões. “Grande parte vem dos veículos movidos a diesel, como guinchos e caminhões de apoio. O biodiesel B100 apresenta potencial de ganhos ambientais expressivos, além de exigir adaptações com custos relativamente baixos”.
Logística e acompanhamento técnico
O abastecimento será feito por um caminhão comboio da Petroservice. Ou seja, empresa subcontratada da F8 Fuel, com combustível fornecido pela Brejeiro, tradicional produtora de biodiesel de soja.
Um tanque instalado na base de Serviços de Atendimento ao Usuário (SAU 2), em Araraquara (SP), vai garantir o fornecimento durante todo o período de testes.
Além disso, os veículos receberam ajustes técnicos específicos e contarão com acompanhamento contínuo de especialistas das duas empresas. Esse monitoramento vai permitir identificar melhorias e assegurar que o biocombustível entregue resultados consistentes em durabilidade e economia.
Biodiesel como rota de descarbonização
Assim, o avanço do B100 reforça a importância de soluções renováveis para a transição energética no transporte pesado. Ao unir indústria automotiva e concessionária, a iniciativa mostra que, além da eletrificação, o biodiesel também pode ocupar papel relevante no futuro da mobilidade sustentável.