A Volkswagen Caminhões e ônibus (VWCO) quer aumentar suas vendas no mercado externo. Ou seja, pretende ampliar entre 5% e 8% as exportações de veículos feitos em Resende, no Rio de Janeiro. Assim, se conseguir confirmar esses números, estamos falando do envio de até 8,6 mil caminhões e ônibus ao exterior em 2024. Segundo a marca, no ano passado foram exportadas 8 mil unidades feitas no Brasil.
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De acordo com o diretor de vendas internacionais da VWCO, Leonardo Soloaga, para crescer as vendas no mercado externo, a marca várias estratégias. Entre elas, está a inauguração da fábrica de Córdoba, na Argentina, cuja operação começou em maio deste ano.
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Foco na Argentina
Atualmente, as vendas de caminhões e ônibus no mercado argentino são lideradas por Iveco e Mercedes-Benz, que também têm fábricas no país vizinho. Dessa forma, para ficar mais competitiva, a Volkswagen já produz em Córdoba os caminhões Delivery 9.170 e 11.180, além do Constellation 17.280. Além disso, a marca passou a oferecer o pesado Meteor fabricado no Brasil.
Seja como for, o plano da companhia prevê ampliar a oferta de produtos na Argentina. Nesse sentido, a VWCO vai produzir o chassi de ônibus 15.190 e o cavalo-mecânico Constellation 17.280. Além disso, a empresa vai lançar ainda neste semestre o Constellation 25.460. Como resultado, a VWCO espera vender cerca de 800 veículos até o fim de 2024.
“Já conseguimos fazer entregas importantes em julho aos clientes argentinos. E estamos em plena curva de aceleração de produção”, diz Soloaga. De acordo com o executivo, antes da pandemia e da crise econômica argentina, a Volkswagen chegou a ter 12% de participação de mercado na região. Com a pandemia, o número baixou para 2,5%. Porém, após a inauguração da fábrica na Argentina, a empresa passou a ter 7,5% de participação das vendas totais.
“Claro que ter uma fábrica na região nos ajudou a crescer. Porém, a mudança de governo, que agora não coloca restrições relacionadas às políticas de exportações, está nos ajudando”, diz Soloaga. Vale lembrar que a maior parte das vendas da empresa no mercado argentino é de pesados feitos no Brasil. Porém, a meta da companhia é que essa participação fique em torno dos 50% em breve.
México é o principal comprador
O executivo diz que as exportações estão aquecidas também para os demais mercados da região. Com destaque para Chile e Uruguai. Para isso, a marca trabalha com importadores locais. Todavia, o maior volume das exportações da empresa no Brasil vai para o México. Isso porque em 2025 o país da América do Norte passará a adotar modelos com motor Euro 6. E, como ocorreu no Brasil, os novos modelos ficarão mais caros. Assim, houve aquecimento das vendas de veículos com motores Euro 5.
Segundo a VWCO, o México respondeu por 30% das exportações da VWCO em 2024. “Por causa do aquecimento que começou no ano passado, vamos fechar um pouco em baixa neste ano. O México deve responder por 25% das exportações. Enquanto a Argentina vai representar 15% com a chegada dos novos produtos”, diz Soloaga.
Recentemente, a marca vendeu 2 mil chassis de ônibus para Angola. De acordo com o executivo, os veículos fazem parte do programa da renovação da frota do serviço de transporte público de algumas cidades do país africano. Vale lembrar que o início do processo de internacionalização da marca começou há cerca de dez anos.
Porém, esse movimento se intensificou há dois anos. Afinal, a VWCO faz parte do Grupo Traton, que tem entre os objetivos avançar em vendas em cerca de 30 países, como complemento às demais marcas da companhia. Além disso, a companhia pretende ingressar em mercados como Oriente Médio e Sudeste da Ásia. Com isso, as exportações de modelos feitos em Resende (RJ) devem passar de 20% para 35%.
A Volkswagen Caminhões e Ônibus começou a exportar veículos feitos no Brasil em 1981. Inicialmente, o foco eram países da América Latina, como Argentina, Chile e Paraguai. Depois disso, a fabricante avançou para outros mercados internacionais e informa que, no total, exportou cerca de 180 mil unidades.
