Desempenho das vendas no segmento de implementos rodoviários no primeiro trimestre do ano apurou alta de 45,08%, com 25,5 mil semirreboques, reboques e carrocerias sobre chassi entregues, ante 17,5 mil equipamentos negociados no mesmo período do ano passado.
De acordo com Anfir, em relatório divulgado na segunda-feira, 8 de abril, o resultado apresentado até agora revela uma recuperação gradual dos negócios, na qual ainda se espera maior demanda do consumo e impulsione a distribuição de carga para o varejo. “A confiança geral melhorou, mas as decisões de investir demandam um pouco mais de tempo. Daí esse ritmo mais lento na retomada”, avalia em nota o presidente da associação das fabricantes de implementos, Noberto Fabris.
A categoria de pesados é a que continua impulsionando as vendas. Nos três primeiros meses do ano, as entregas de reboques e semirreboques somaram 13,9 mil unidades, crescimento de 61,13% na comparação com o mesmo período de 2018. No segmento destaques para as vendas de baú carga geral, em alta de 117%, para 1,1 mil unidades, de porta-contêineres, aumento de 104%, com 523 equipamentos, e de graneleiros, que cresceu 77,3%, para 3,8 mil unidades licenciadas.
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As vendas de carrocerias sobre chassi também apresentaram resultado positivo, porém, em ritmo menor, justamente os produtos destinados às aplicações urbanas, afetados pela menor demanda do varejo. No primeiro trimestre, a Anfir anotou 11,5 mil negócio, aumento de 29,5% em relação ao volume negociado há um ano, de 8,9 mil carrocerias.
Chama atenção no segmento, no entanto, as entregas de basculantes, com crescimento de 83,8%, com pouco mais de 1 mil unidades, e de betoneiras, que anotou expansão de 443,7%, para 87 equipamentos, sinais de que há alguma movimentação no setor de construção.
A retomada do segmento também já apresenta melhora no chão das fábricas com a volta das contratações. Pelas contas da Anfir, em três anos, de 2013 a 2016, o quadro de empregos da indústria de implementos encolheu 49%, contabilizava 75 mil e chegou a 38 mil trabalhadores. Com o encerramento do primeiro trimestre, o contingente chegou a 45 mil colaboradores diretos.
“Esse reflexo é excelente, porque significa que a indústria voltou a gerar empregos. A crise cortou postos de trabalho e fez os negócios perderem força, mas a infraestrutura de produção não foi afetada”, observa o dirigente, ressaltando que indústria de implementos rodoviários tem condições de atender à demanda por produtos destinados ao transporte de carga.
Fabris, portanto, contrapõe análise da Fenabrave, feita na semana passada, quarta-feira, 3 de abril, durante divulgação do desempenho de licenciamentos de veículos, na qual Sérgio Zonta, vice-presidente da federação para o segmento de pesados, avaliou que o crescimento das vendas de caminhões poderia ser maior, caso as fabricantes de implementos estivessem operando com capacidade plena.