As vendas de caminhões usados em lojas multimarcas somaram 403.294 unidades em 2021. Assim, de acordo com os dados da Federação Nacional dos Revendedores de Veículos Automotores, a FENAUTO, houve um crescimento de 18,6% sobre os 340.137 veículos comercializados em 2020. Na comparação com 2019, entretanto, o crescimento foi tímido: apenas 3% sobre as 372.247 unidades entregues naquele ano.
Ainda de acordo com os números da Fenauto, o avanço das vendas de caminhões usados no Brasil foi mais significativo que o de automóveis. Ou seja, o total de carros comercializados foi de 15.106.724 unidades, resultado 17,8% superior ao de 2020.
Conselheiro da Fenauto, Elis Siqueira, disse ao Estradão que a alta demanda por caminhões usados está diretamente relacionada aos motivos que todos já conhecem. Primeiro, porque 2021 foi um ano pandêmico e isso fomentou compras online, favorecendo o delivery e, consequentemente, a necessidade de investir em novos caminhões. Depois, porque as fábricas de caminhões enfrentaram problemas de desabastecimento de peças e componentes, como o caso dos semicondutores. E isso fez com que aumentassem as filas de espera e, dessa forma, os compradores passaram a buscar por modelos usados.
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Alta nos preços
No entanto, a procura mais aquecida por caminhões usados fez os preços dispararem. De acordo com o Siqueira, a tabela ficou mais alta do que o normal. “Especialmente para os modelos mais procurados como o Ford Cargo, Ford- 4000 e Volvo FH”, avalia.
Para se ter uma ideia do aumento, o preço médio de um Volvo FH 400 6x4 (ano 2012) na tabela FIPE, em dezembro de 2020, era de R$ 188.744,00. No entanto, um ano depois, em dezembro de 2021, o valor subiu para R$ 247.844, 00. Uma diferença de R$ 59.100.
Oportunidade de negócios
Por causa do aquecimento do mercado de caminhões usados, algumas montadoras começaram a apostar nesse segmento em 2021. Esse é o caso da Mercedes-Benz que montou a rede multimarcas SelecTrucks, com ao menos três lojas inauguradas durante o ano.
Na visão de Elis Siqueira, o avanço das vendas de usados em 2022 só deverá superar 2021 caso as fábricas não consigam produzir o suficiente para atender a demanda, conforme ocorreu no ano passado. “Se a produção de caminhões 0-km se normalizar, o mercado de usados deverá a patamares normais”, finalizou o conselheiro da Fenauto.