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Indústria de implementos vende menos em setembro

A indústria vendeu menos em setembro na comparação com agosto, mas desempenho anual continua em recuperação. Setor já se preocupa com a alta no preço do aço e falta de matérias-primas

Aline Feltrin

13 de out, 2020 · 6 minutos de leitura.

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indústria de implementos
Crédito:M.Scalco/Divulgação Scalco

A indústria de implementos rodoviários vendeu 11.442 equipamentos em setembro. O número é 3,8% inferior ao resultado de agosto, quando foram emplacadas 11.894 unidades. Presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, Anfir, Norberto Fabris explica que essa queda está relacionada ao número menor de dias úteis em relação a agosto. Segundo ele, a redução também pode ter ocorrido por alguma entrega adiantada de lote no mês anterior.

“Essa redução não tem escala contínua na indústria porque o setor está se recuperando bem. Se nos mantermos nesse ritmo, vamos ter um desempenho bem parecido com o ano passado e sem grandes perdas”, diz o presidente da Anfir.

Na comparação com setembro do ano passado, no entanto, houve alta de 10,1%. Naquele período foram emplacadas 10.385 unidades.


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Na análise dos nove meses do ano, a Anfir informa que o volume de emplacamentos de implementos chegou a 85.186 unidades. O número é 4,31% inferior ao registrado em igual período de 2019 (89.024).

Na análise por segmento, de janeiro a setembro foram emplacados 46.891 reboques e semirreboques. O número é 1,79% menor na comparação com o mesmo período do ano passado. Fabris aponta os implementos basculantes e para carga geral como os que mais se destacaram durante o ano. “Estão muito ligados a setores da economia que estão aquecidos como agroindústria e construção civil”, diz.

O volume de vendas do segmento carroceria sobre chassi foi de 38.295 de janeiro a setembro, o que significa queda de 7,22% na comparação com igual período do ano passado.


Indústria de implementos já sente alta dos preços e falta de componentes

Norberto Fabris contou ao Estradão que a preocupação para os próximos meses está mais relacionada alta no preço do aço e com outras matérias-primas que já estão começando a faltar. Esse é o caso do aço importado, alumínio, cobre e até pneu. “Existe esse problema de falta de componentes, mas até o momento não sentimos a consequência. Contudo, o receio é que isso se agrave nos próximos meses”, comenta.

Segundo Fabris, o problema maior é o aumento do preço do aço que é regulado pelo mercado internacional. “Foram dois ou três altas expressivas nesse ano e essa é uma grande preocupação. Não sabemos o que vai acontecer daqui para frente”, diz. Na visão do executivo, se essa inflação do aço continuar, as margens de lucro e resultados das fabricantes de implementos poderão ser comprometidos.

Frigo King aposta na exportação

A Frigo King, que fabrica equipamentos para refrigeração de cargas, diz que já enfrenta atrasos de fornecedores, principalmente relacionados à entrega de cobre, alumínio e aço. “Também estamos enfrentando alta nos preços. Em algumas matérias-primas o aumento é de até 20%.”, conta Marcos Augusto Pordeus de Paula, diretor geral da empresa. O executivo alerta para o fato de que as empresas estavam saindo de uma crise e tentando se recuperar em 2019. “Ainda estávamos com a margem comprometida e não tivemos tempo para se fortalecer”, diz.


Empresa ganhou novos mercados em 2020

Apesar desse cenário, a empresa espera não registrar perdas neste ano. A expectativa é repetir o resultado do ano passado com vendas de aproximadamente mil peças. Nas vendas externas, a Frigo King comemora a entrada em novos mercados. Em julho a companhia iniciou as exportações diretas para a República Dominicana. Mais recentemente chegou ao Bahrein. A empresa Hussain & Hassan Abdulla for Trading and Service Company importou uma Flex 300 AE (acoplado elétrico) para utilizar no transporte de sucos prontos de seus clientes. Bahrein é o terceiro país do Oriente Médio a operar com a marca Frigo King. Os outros são Emirados Árabes Unidos e Quatar que juntos aos demais somam 23 mercados importadores de produtos da empresa. Os outros clientes estão nos Estados Unidos, Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Panamá, Costa Rica, El Salvador, Nicarágua, Honduras, Guatemala, México, Canadá, Jamaica, Índia e República Dominicana.

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