A Volkswagen Caminhões e Ônibus vendeu 140 caminhões das gamas Meteor e Constellation para o Grupo Vamos, que oferece locação e venda de veículos comerciais. O valor da operação não foi divulgado. Porém, a transação foi viabilizada pelo programa de renovação de frota, previsto na MP 1175/23 do governo federal.
Dessa forma, para a garantir os descontos previstos na MP, a Vamos comprou 140 caminhões antigos. Assim, todos têm mais de 20 anos de uso. Conforme a empresa, o mais velho tem 53 anos. Porém, continuava na ativa, transportando mercadorias entre armazéns do Porto de Santos, em São Paulo.
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Assim, todos os modelos antigos comprados pela Vamos eram de motoristas autônomos. Para atender as regras do programa de renovação de frota, todos estão com a documentação em dia. De acordo com a companhia, o investimento total foi de R$ 5,6 milhões. Assim, cada um saiu por, em média, R$ 40 mil.
Potencial da MP da renovação de frota
Conforme o CEO da Vamos, Gustavo Couto, a ação está alinhada com os negócios da empresa. "Afinal, a renovação de frota é essencial para melhorar a eficiência logística, bem como a produtividade do setor”, diz o executivo. De acordo com Couto, há um grande potencial de adesão ao programa do governo federal. Assim, ele afirma que mais empresas e frotistas deverão participar da iniciativa.
Segundo a Vamos, essa não é a primeira vez que a empresa atua para renovar a frota. Nesse sentido, a companhia criou, em 2021, um projeto piloto nesse sentido. Assim, foi possível avaliar o impacto de um programa particular, que envolveu 50 caminhões com mais de 20 anos de uso.
Nesse sentido, a Vamos investiu R$ 2,4 milhões na compra. Bem como no acompanhamento da jornada dos proprietários desses veículos. Ou seja, a iniciativa contemplou o ciclo completo, da desmobilização à reciclagem. Além disso, inclui indicadores e informações públicas para projetar diferentes impactos em âmbito socioambiental e de desenvolvimento econômico.
Gerdau reciclará os 140 usados da Vamos
Assim, deu para aferir o destino do valor recebido pelos motoristas que venderam seus caminhões velhos. Do total, 56% investiram na compra de um modelo mais novo. Além disso, 20% disseram que iriam guardar o dinheiro para emergências. Bem como 24% aplicaram os valores em projetos pessoais e no pagamento de dívidas.
Seja como for, os 140 caminhões antigos comprados agora vão virar sucata. Para isso, a iniciativa tem a parceria da Gerdau, uma das maiores siderúrgicas do País. A empresa vai fazer o desmonte e a reciclagem do material que pode ser reaproveitado. Essa operação vai ser feita nas unidades da siderúrgica de Araçariguama e São Caetano do Sul, em São Paulo.
Conforme a Gerdau, suas plantas reciclam anualmente 11 milhões de toneladas de sucata metálica. Ou seja, o equivalente ao volume de todos os carros produzidos no País a cada cinco anos. Além disso, a empresa informa que o aço pode ser reciclado de forma sucessiva. Como resultado, para cada tonelada do metal reciclado é possível evitar a emissão de 1,5 tonelada de gases do efeito estufa (CO₂e).
Projeção de vendas de caminhões é positiva
Durante evento promovido pela VWCO, juntamente com a Vamos e a Gerdau, o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, anunciou que o programa de renovação de frota vai ser estendido. Além disso, Alckmin disse que para isso o BNDES vai oferecer linhas de crédito por meio do Finame.
Como resultado, o vice-presidente de vendas e marketing da VWCO, Ricardo Alouche, diz que há uma nova perspectiva para o mercado de veículos comerciais. “Acredito que assertivo postergar a MP. "De acordo com ele, é preciso tempo para maturar o programa. "Temos de estruturar todo um ciclo. Como o desmonte dos caminhões para reciclagem, por exemplo”.
De acordo com Alouche, estender o programa, ou mesmo torná-lo permanente, como está em estudo, pode trazer um novo fôlego para a indústria. “É um grande trunfo para o mercado. Porque vai ajudar a suportar o momento atual, de altas taxas de juros para financiamento”, diz.