O Euro 7, próxima fase do programa de controle de emissões de poluentes na União Europeia, já está em discussão. Porém, ao menos por ora, as montadoras de veículos e sistemistas são contra. A informação foi divulgada pelo portal Euractiv, com base em um documento da Comissão Europeia. Segundo as empresas, o setor ainda enfrenta problemas na cadeia de suprimentos.
Além disso, os custos de matérias-primas dispararam, sobretudo desde 2020, após o início da pandemia da Covid-19. E, mais recentemente, por causa da guerra na Ucrânia.
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Dessa forma, a comissão envolvida na discussão deve reconsiderar. E isso significa estabelecer padrões menos rígidos frente ao que se argumentava inicialmente. "Dadas as atuais circunstâncias geopolíticas e econômicas, o plano passa por revisão. E leva em conta a atual situação da indústria. Bem como o poder de compra dos consumidores", diz o documento.
Ou seja, a comissão europeia vai fazer ajustes no calendário. Mas sem impactar nos custos para os fabricantes, assim como para o bolso do consumidor.
Euro 7 deve ficar para 2025
Apesar dos adiamentos das discussões, o novo padrão Euro 7 provavelmente entrará em vigor em 2025. Dessa forma, o consórcio de especialistas que formam a comissão recomendou uma série de medidas mais rigorosas para NOx e partículas. Cerca de 70.000 pessoas morrem todos os anos por causa da poluição do ar causada pelo trânsito. Os dados são da UE.
A nova norma deveria tornar mais rigoroso o nível de outros gases de escape. Isso inclui, por exemplo, a emissão desnecessária do gás de amônia (NH3). O que, segundo especialistas, pode ser limitado com razoável esforço técnico. Além do óxido nitroso (N20), que chega a ser 298 vezes mais prejudicial ao clima do que o CO2. Contudo, o projeto deve tirar esses itens da lista.
Polêmica
Seja como for, a medida irritou membros da comissão e ambientalistas. Eles consideram que a regra caminha na contramão do planejamento para melhorar a qualidade do ar no continente europeu. Nesse sentido, grupos ligados à proteção do meio ambiente enxergam o processo como uma derrota para a agenda ecológica do planeta. O presidente da Associação da Indústria Automobilística Alemã (VDA), Hildegard Müller, também não concorda com a decisão.
"Optar por padrões de emissão menos rígidos coloca os lucros acima da saúde de milhões de europeus", declarou Müller. A gerente da organização ambiental Transport & Environment, Anna Krajinska, deu declarações na mesma linha.
Por meio de comunicado, a associação europeia de consumidores classificou a decisão da Comissão como "desrespeitosa". "O cenário de política originalmente previsto significava aumentos de preços de 0,8% para veículos a gasolina. E de 2,2% para modelos a diesel. Ou seja, valores irrelevantes em relação aos benefícios à saúde da população", diz a nota.