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Transportadora digital: como funciona para embarcadores e caminhoneiros

A Motz opera como uma transportadora completa, porém sem frota própria; mas combina tecnologia, benefícios financeiros ao motorista e parcerias regionais

Andrea Ramos

11 de set, 2025 · 7 minutos de leitura.

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Transportadora digital: como a Motz ganhou tração no agro e na construção
Transportadora digital: como a Motz ganhou tração no agro e na construção
Crédito:Fotos: Divulgação
Transportadora digital: como a Motz ganhou tração no agro e na construção

Transportadora digital não é apenas um app que conecta dono da carga e caminhoneiro. No caso da Motz, criada em 2020, a empresa atua como transportadora em todos os sentidos. Ou seja, emite documentos, paga motoristas, recolhe impostos e responde pela carga do ponto A ao ponto B. Porém, não possui frota própria. E aí está o diferencial de eficiência e escala.

O negócio se ancora em processos digitais. Além de uma rede ampla de motoristas autônomos ou frotistas conforme a demanda do embarcador.   

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Mas a tecnologia sozinha não resolve tudo. Como grande parte dos motoristas tem mais de 50 anos e não é nativa digital, a Motz mantém presença física em mais de 150 pontos de apoio para orientar, treinar e dar suporte nas operações. Para isso conta com um time de cerca de 250 colaboradores diretos que conectam o mundo digital ao dia a dia da estrada. 

Além disso, a empresa recruta e mantém motoristas por múltiplos canais, com aplicativo próprio, presença em postos, parcerias com agenciadores regionais e ações em redes sociais. Mas com triagem e análise de risco antes da habilitação. O que garante qualidade e segurança na base ativa. 


Vantagens para embarcadores e para o caminhoneiro

Segundo o head comercial e de operações da Motz, Fernando Dutra, para o embarcador, o modelo de serviço de uma transportadora digital (asset light) permite combinar custo e nível de serviço. Como resultado, os embarcadores ganham escala e previsibilidade.

“A Motz fecha parcerias com frotistas regionais que representam a marca em praças-chave. Assim, o cliente recebe a disciplina de processos, compliance e tecnologia de uma operação de transporte nacional. Porém com a execução de quem conhece a rota e a sazonalidade”. Conforme Dutra isso ajuda a quebrar a desconfiança inicial com relação a empresas sem frota. 

Para o caminhoneiro, as vantagens são tangíveis. Nesse sentido, a Motz oferece rede de abastecimento credenciada com desconto no diesel. Além de seguros e acesso a crédito com taxas reduzidas. Inclusive financiamento para renovar o caminhão, graças à parceria com o Banco Votorantim, do mesmo grupo econômico.

“Casos de renovação de frota mostram como o pacote de benefícios fideliza a base. E injeta mão de obra nova no setor”, diz Dutra.   

Na prática, isso fecha o ciclo de disponibilidade. O motorista cadastrado roda com custos menores e atendimento previsível. Por sua vez, o posto de combustível ganha volume. E o embarcador encontra caminhoneiro mesmo em pico de safra, por exemplo. 


Foco agro e construção, mas com projeções de novos segmentos

Além disso, o foco setorial aumenta a eficiência. A Motz escolheu atuar onde há altas volumetrias e baixa complexidade. Caso do agro e da construção civil, com fluxos ponto a ponto, utilizando equipamentos semelhantes. Ou seja, caminhões com implementos do tipo grade baixa carga seca, graneleiro e caçamba.

Assim, apenas no agronegócio, a empresa realizou 366 mil apenas neste primeiro semestre. E transportou cerca de 10 milhões de toneladas.

Segundo o CEO da Motz, André Pimenta, os segmentos de construção civil e agronegócio têm impulsionado fortemente o desenvolvimento da transportadora nos últimos anos. Atualmente, conta com mais de 350 clientes na base. Entre eles, empresas como Cofco, 3tentos, Inpasa, Agricola Alvorada, Fazendão, Insolo, Basil, CBA, NEXA, Mizu e Oterprem.

Todavia, a empresa mira os segmentos de papel e celulose e bebidas para os próximos passos.   

Bons números já são vistos em 2025

Seja como for, a escala da transportadora digital já aparece. A base chega a 103 mil motoristas cadastrados e cerca de 12 mil profissionais rodam com cargas mensalmente pela Motz. Segundo Fernando Dutra, os números sustentam a capilaridade e a redundância operacional para embarcadores de diferentes portes. 


Nesse sentido, a Motz encerrou o primeiro semestre de 2025 com receita líquida de mais de R$ 887 milhões. Ou seja, uma alta de 28% quando comparada com o mesmo período do ano anterior. O bom momento da empresa passa também pela quantidade de motoristas cadastrados na plataforma. O que representa um aumento de 15,3% de toda a base apenas neste ano.

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