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Tata Motors mira expansão na Europa com possível compra da Iveco

Segundo a agência Reuters, Tata Motors negocia com a família Agnelli sobre a compra da sua participação majoritária na Iveco

Thiago Vinholes

23 de jul, 2025 · 4 minutos de leitura.

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Iveco, Tata Motors
Dona de marcas europeias como Jaguar e Land Rover, Tata Motors agora mira na Iveco
Crédito:Iveco/Divulgação

A Tata Motors, uma das maiores montadoras da Índia, pode ampliar sua presença no mercado europeu. De acordo com a agência Reuters, a empresa fez uma abordagem à Exor, holding da família Agnelli, sobre a compra da sua participação majoritária na Iveco.

Unidade de defesa limita negociação

A possível venda da Iveco ocorre em um contexto delicado. A fabricante italiana de caminhões atua em setores considerados estratégicos para o país, especialmente o de defesa. Isso faz com que qualquer transação envolvendo a empresa esteja sujeita à legislação italiana de "poder de ouro", que permite ao governo impor condições ou vetar operações que envolvam ativos de interesse nacional.

Essa legislação já foi usada em 2021, quando o governo italiano bloqueou uma tentativa de compra da Iveco pela chinesa FAW. Na época, a fabricante de caminhões ainda fazia parte da CNH Industrial, antes de ser desmembrada e listada separadamente no mercado no início de 2022.

Segundo a Reuters, a Exor, que detém 27,1% das ações e 43,1% dos direitos de voto da Iveco, também está em diálogo com outros potenciais compradores fora da Europa. Ainda de acordo com a publicação, a avaliação da montadora italiana está em cerca de 4,2 bilhões de euros.

Mercado reage e sindicatos pressionam governo italiano

A notícia da possível venda animou o mercado. Analistas e investidores já viam a empresa como uma potencial candidata a fusões e aquisições, especialmente por ser a menor entre as grandes montadoras de caminhões da Europa, atrás da Volvo, Daimler e Traton (que inclui marcas como Scania e Volkswagen Caminhões e Ônibus).


Por outro lado, sindicatos italianos demonstraram preocupação com o futuro da companhia e pediram que o ministro da Indústria, Adolfo Urso, participe de uma discussão sobre o tema. O temor é que uma eventual mudança de controle afete empregos e decisões estratégicas da fabricante sediada em Turim.

Enquanto isso, a unidade de defesa IDV segue atraindo interesse de outros grupos. De acordo com a Reuters, a Iveco recebeu ao menos três ofertas por essa divisão, incluindo uma proposta conjunta da italiana Leonardo com a alemã Rheinmetall, além de propostas da franco-alemã KNDS e do grupo tcheco Czechoslovak Group.

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