A Tata Motors, uma das maiores montadoras da Índia, pode ampliar sua presença no mercado europeu. De acordo com a agência Reuters, a empresa fez uma abordagem à Exor, holding da família Agnelli, sobre a compra da sua participação majoritária na Iveco.
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Unidade de defesa limita negociação
A possível venda da Iveco ocorre em um contexto delicado. A fabricante italiana de caminhões atua em setores considerados estratégicos para o país, especialmente o de defesa. Isso faz com que qualquer transação envolvendo a empresa esteja sujeita à legislação italiana de "poder de ouro", que permite ao governo impor condições ou vetar operações que envolvam ativos de interesse nacional.
Essa legislação já foi usada em 2021, quando o governo italiano bloqueou uma tentativa de compra da Iveco pela chinesa FAW. Na época, a fabricante de caminhões ainda fazia parte da CNH Industrial, antes de ser desmembrada e listada separadamente no mercado no início de 2022.
Segundo a Reuters, a Exor, que detém 27,1% das ações e 43,1% dos direitos de voto da Iveco, também está em diálogo com outros potenciais compradores fora da Europa. Ainda de acordo com a publicação, a avaliação da montadora italiana está em cerca de 4,2 bilhões de euros.
Mercado reage e sindicatos pressionam governo italiano
A notícia da possível venda animou o mercado. Analistas e investidores já viam a empresa como uma potencial candidata a fusões e aquisições, especialmente por ser a menor entre as grandes montadoras de caminhões da Europa, atrás da Volvo, Daimler e Traton (que inclui marcas como Scania e Volkswagen Caminhões e Ônibus).
Por outro lado, sindicatos italianos demonstraram preocupação com o futuro da companhia e pediram que o ministro da Indústria, Adolfo Urso, participe de uma discussão sobre o tema. O temor é que uma eventual mudança de controle afete empregos e decisões estratégicas da fabricante sediada em Turim.
Enquanto isso, a unidade de defesa IDV segue atraindo interesse de outros grupos. De acordo com a Reuters, a Iveco recebeu ao menos três ofertas por essa divisão, incluindo uma proposta conjunta da italiana Leonardo com a alemã Rheinmetall, além de propostas da franco-alemã KNDS e do grupo tcheco Czechoslovak Group.