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Tarifas de 25% para caminhões pesados nos EUA podem abalar produção no México

Tarifaço de Donald Trump muda o jogo no setor de caminhões, PACCAR é favorecida e pressiona Alemanha e Suécia, que terão de reagir

Andrea Ramos

07 de out, 2025 · 4 minutos de leitura.

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Tarifas de 25% para caminhões nos EUA, dona da DAF sai aliviada
DAF e Kenworth
Crédito:Fotos: Paccar
Tarifas de 25% para caminhões nos EUA, dona da DAF sai aliviada

O mercado global de caminhões pesados atravessa um período turbulento, marcado por queda nas vendas, resultados financeiros negativos e cortes de custos em várias fabricantes. Nesse cenário já delicado, um novo fator promete intensificar as dificuldades. Os Estados Unidos confirmaram tarifas de 25% sobre caminhões pesados importados. Começou a valer em 1º de outubro.

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Dessa forma, de imediato, a medida atinge diretamente os veículos fabricados no México, que até então entravam no mercado norte-americano sem tarifas. Como boa parte dos tratores vendidos nos EUA sai de fábricas mexicanas, a mudança terá forte repercussão. Além disso, a Freightliner, líder no mercado, e a International, amplamente utilizada por grandes frotas, produzem em território mexicano.

Por sua vez, a Volvo Trucks também investiu pesado em uma planta no México no ano passado. O que aumenta sua exposição à nova política tarifária. Por outro lado, a PACCAR, controladora da Peterbilt e da Kenworth, manteve mais de 90% da produção em solo americano. Portanto, passa ilesa pelo novo pacote de tarifas.

Nesse contexto, a notícia fortalece a posição da PACCAR naquele mercado. E, em razão disso, as ações já subiram 5% após o anúncio. A vantagem se estende à Europa, já que a companhia norte-americana é dona também da DAF desde o fim dos anos 1990. Como resultado, enquanto os holandeses celebram este momento, os concorrentes sofrem pressões adicionais.


Alemanha e Suécia enfrentam desafios

A medida representa um grande revés, sobretudo, para a Alemanha e a Suécia. A Freightliner pertence à Daimler Trucks, enquanto a International integra o grupo Volkswagen. Já a Volvo Trucks, sueca, terá de lidar com o peso das tarifas sobre a produção mexicana.

Assim, os próximos meses devem ser de ajustes estratégicos e novos investimentos para equilibrar a competitividade global. O movimento americano mostra que, em um setor tão conectado internacionalmente, decisões políticas têm efeito imediato e atravessam fronteiras com rapidez.

O que pode também impactar outros mercados, incluindo o Brasil. Afinal, para ajustar os caixas em um mercado global impactado pela baixa nas vendas, investimentos locais podem ser comprometidos.

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