O número de acidentes envolvendo caminhões aumentou em 2024 no Brasil. De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e de operadoras de risco compilados pela Nstech, foram contabilizados 1.437 acidentes com veículos de carga no ano passado. Desse total, 53% ocorreram na região Sudeste, com o Estado de São Paulo concentrando 27% das ocorrências.
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Além disso, o levantamento mostra que as colisões lideram o tipo de sinistro, com 490 registros, número 50,3% maior do que em 2023. Também chamam a atenção os 117 casos de saída de pista, o que representa um aumento de 58,1% em relação ao ano anterior. A Nstech, empresa especializada em soluções para supply chain, reuniu os dados em parceria com as gerenciadoras BRK, Buonny e Opentech. A publicação coincide com as campanhas do Maio Amarelo, movimento que busca alertar para a importância da segurança viária.
Cargas fracionadas e alimentos estão entre as mais afetadas
As operações com cargas fracionadas e alimentos concentraram a maioria dos acidentes registrados em 2024. De acordo com o relatório, foram 631 ocorrências envolvendo esse perfil de carga, cinco vezes mais que o total de casos relacionados a outros tipos de transporte (135). A tendência de maior exposição desse nicho também se repete nos trechos urbanos, onde os acidentes com cargas alimentícias somaram 113 registros de um total de 219.
Enquanto isso, as rodovias BR-116 e BR-101 lideram os pontos mais críticos, com 208 e 106 acidentes, respectivamente. A análise por horário mostra que a manhã permanece como o período com mais ocorrências, repetindo o padrão de 2023. Só nesse intervalo do dia, motoristas de veículos pesados se envolveram em 189 colisões, 178 tombamentos e 34 saídas de pista.
Além disso, a quinta-feira concentrou o maior número de acidentes envolvendo caminhões no ano passado. Em contrapartida, o domingo apresentou menor volume de ocorrências, mas ainda assim com 129 casos reportados.
Fadiga, uso de celular e velocidade são os principais fatores de risco de acidentes
Embora as condições das estradas sigam precárias em muitos trechos — com a CNT registrando 2.446 pontos críticos em 2024, como buracos, quedas de barreiras e pontes danificadas —, o comportamento dos motoristas continua sendo a principal causa dos acidentes. Dados do Onisys, produto da nstech focado em prevenção de sinistros, indicam que nove em cada dez acidentes decorrem de falhas humanas.
Entre os fatores mais recorrentes estão o excesso de velocidade, o uso do celular ao volante, o não uso do cinto de segurança e fadiga extrema. Conforme apontado no relatório, as longas jornadas ao volante prejudicam os reflexos e a capacidade de reação, ampliando o risco de acidentes graves nas estradas.
Para Thiago Azevedo, diretor executivo do Onisys, a prevenção precisa ser encarada como prioridade e não como custo. “Prevenir acidentes vai além de proteger ativos ou prazos. É uma estratégia para preservar vidas e promover sustentabilidade no setor”, afirma.