Notícias

Stellantis recua do hidrogênio e ameaça projeto europeu de mobilidade limpa

Stellantis suspenderá investimentos na Symbio, a maior fábrica de células de combustível a hidrogênio na Europa

Thiago Vinholes

18 de jul, 2025 · 5 minutos de leitura.

Publicidade

Citroën, Stellantis, hidrogênio,
Hidrogênio da Stellantis: Citroën ë-Jumpy Hydrogen roda 400 km sem poluir
Crédito:Citroën/Divulgação

O grupo Stellantis decidiu suspender seus investimentos na empresa Symbio, uma joint venture voltada de mobilidade a hidrogênio, em que atua junto com a Michelin e a Forvia. Os parceiros classificaram a decisão, que passa a valer em 2026, como abrupta e inesperada.

A Symbio iniciou suas atividades em 2010, na França, como uma das pioneiras em projetos de sistemas de célula de combustível a hidrogênio para veículos na Europa. Em 2019, a Michelin e a Forvia (então chamada Faurecia, empresa no setor sistemista) compraram a empresa e formaram uma joint venture. A Stellantis entrou como acionista em 2023, adquiriu uma participação de 33,3% da companhia.

Michelin e Forvia confirmaram a decisão da Stellantis em suspender os investimentos na Symbio. “ Essa mudança inesperada ocorre apesar de a Stellantis ser coacionista e principal cliente da Symbio. Somente os pedidos da Stellantis representam aproximadamente 80% do volume de produção planejado da Symbio”, menciona o comunicado conjunto das empresa.

Peugeot, Stellantis, hidrogênio,
Peugeot e-Expert Hydrogen e Citroën ë-Jumpy Hydrogen usam sistemas da Symbio - Peugeot/Divulgação

Os sistemas desenvolvidos pela Symbio são aplicados, por exemplo, nas vans comerciais leves Peugeot e-Expert Hydrogen e Citroën ë-Jumpy Hydrogen, ambas marcas do do grupo. Além disso, a empresa francesa projetou dispositivos a hidrogênio para veículos pesados e ônibus em parceria com outras montadoras e integradores.


A decisão ocorre em um momento de transição de liderança na Stellantis. Recentemente, o ex-CEO Carlos Tavares deixou o cargo, e Antonio Filosa, ex-diretor da Jeep, assumiu com a posição.

Consequências operacionais e financeiras

De acordo com a Michelin e a Forvia, a decisão da Stellantis pode terá “consequências operacionais e financeiras irreversíveis para a Symbio”. As empresa citam que, nos últimos dois anos, a empresa ampliou seus investimentos e contratações com base nas necessidade declaradas do grupo multimarcas no campo de hidrogênio para os próximos oito anos.

Stellantis, Peugeot, hidrogênio,
A Symbio produz células de combustível principalomente para veículos comerciais - Stellantis/Divulgação

“A tecnologia e o desempenho dos sistemas da Symbio foram validados por todos os acionistas, incluindo as próprias equipes da Stellantis. A Symbio estava totalmente preparada para produzir células de combustível de hidrogênio para veículos Stellantis elegíveis para este programa”, diz o comunicado.

A Symbio opera uma linha de produção em Saint-Fons, na França. Atualmente, essa planta é a maior fábrica de células de combustível da Europa. O local tem capacidade para entregar 50 mil sistemas de por ano, de acordo com a estratégia definida para este ano. A companhia emprega cerca de 650 funcionários. O grupo Stellantis não comentou sobre a decisão de suspender os investimentos em hidrogênio.


Siga o Estradão no Instagram!

Deixe sua opinião