O setor de implementos rodoviários vai precisar de cerca de 400 mil pneus até o fim de 2021. Além disso, estima que serão necessários 800 mil em 2022. Segundo estimativa da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir).
Contudo, a escassez de borracha vem afetando as fabricantes de pneus. Aliado a isso está a crescente demanda global por pneus. Por essa razão, a Anfir se reuniu com a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) para tratar da situação de produção e do mercado.
A preocupação da entidade faz sentido. Uma vez que, por lei, os implementos rodoviários do segmento de pesados são entregues com pneus. Ou seja, reboque e semirreboque. Nesse sentido, a falta do componente pode atrasar as entregas.
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Anip sugere compra programada
Presidente da Anip, Klaus Curt Müller diz que, para garantir o abastecimento as empresas ligadas à Anip poderiam se tornar contratantes originais. Ou seja, assim como as fabricantes de caminhões. Dessa forma, seria possível estabelecer uma programação para o recebimento de pneus.
Segundo ele, as" fabricantes de implementos se mostraram interessadas na proposta. "Agora elas estão tratando diretamente com os fabricantes de pneus. O que deve sair contratos", diz Müller.
De acordo com ele, as fabricantes de pneus está recorrendo até a aviões para trazer matéria-prima para a produção. Entre elas, está a borracha natural.
Setor de implementos recorre à importação
Seja como for, conforme já noticiado pelo Estradão, empresas do setor de implementos estão recorrendo às importações. Por exemplo, a Rodofort foi a primeira a anunciar que está importando pneus da Índia.
Nesse interim, a companhia já importou cerca de 1.500 pneus. Segundo a implementadora, isso evitou atrasos na entrega. No mesmo sentido, a empresa informa que conseguiu fechar novas encomendas.
A Librelato, por exemplo, que sempre comprou no mercado interno, também está importando pneus. E para se garantir, está buscando comprar de vários mercados. A Ásia hoje é o principal fornecedor.
Produção de implementos em alta
Segundo José Carlos Spricigo, presidente da Anfir, este ano "está sendo fora da curva". De acordo com ele, a falta de pneus prejudicou as entregas de produtos. "Especialmente quando o cliente faz questão de uma marca específica de pneus", diz.
De acordo com o executivo, o problema só não é maior porque as empresas estão recorrendo às importações. Portanto, trata-se de uma solução emergencial para conseguir atender a demanda, que está em alta.
Nesse sentido, a Anfir estima que até o fim de 2021, a indústria de implementos triplicará a produção. Ou seja, na comparação com os números dos três anos anteriores. Seja como for, a falta de peças, como pneus, prejudica a competitividade do setor.