A Scania fez as primeiras entregas dos 21 caminhões coletores de resíduos movidos a gás natural/biometano. Os três primeiros modelos do P 280 6x2 chegam à Marquise Ambiental. Todavia, as demais unidades serão entregues no primeiro trimestre de 2025.
Seja como for, os caminhões vão rodar na operação de coleta da empresa no Ceará e São Paulo. Isso porque a companhia está implantando projeto piloto com caminhões coletores movidos a biometano/ gás natural em Fortaleza, CE, na frota da EcoFor, e em Osasco, SP, na frota da EcoOsasco.
De acordo com gerente de vendas de soluções de transporte da Scania, Fernando Madrid, neste ano a Scania vendeu 150 unidades do modelo para operações de coleta de resíduos. Sendo 85% desse montante à cidade de São Paulo.
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São Paulo demanda por caminhões alternativos na coleta de lixo
Vale lembrar que existe uma orientação por parte da prefeitura da capital paulista, que solicita que todas as frotas de caminhões destinadas às operações de coleta de lixo, quando renovadas, sejam por veículos com motorização alternativa ao diesel. Ou seja, dentro da realidade atual do País, os caminhões diesel seriam trocados por modelos a gás ou elétricos.
Em razão disso, a Scania viu o crescimento nas vendas do P 280. O modelo, com motor a gás de 9 litros, pode receber tanto gás natural comprimido quanto biometano em qualquer proporção. E entrega uma capacidade de armazenagem, em seus oito cilindros, de até 230 metros cúbicos de gás. O que lhe garante a autonomia de até 400 km.
Esse motor de 280 cv é combinado à transmissão G25 automatizada com Opticruise. Além disso, o caminhão conta com cabine XT, com maior ângulo de ataque e com acessórios que garantem mais robustez ao veículo durante a operação.
Nesse sentido, o sistema de suspensão do caminhão é por feixe de molas reforçado. Dessa forma, suporta todo o peso do veículo.
O modelo foi comprado na versão 6x2, em razão do implemento compactador de 21m³. Por essa razão, o P 280 trucado é mais demandado nesse tipo de operação.
Grupo Marquise estreia com Scania P 280 a gás
A Marquise, com sede no Ceará, além de atuar na coleta seletiva de resíduos em algumas regiões do País. Mas atuam em demais segmentos como construtora e incorporadora. Por essa razão, mantém uma frota com cerca de 1 mil conjuntos.
Porém, de olho nas demandas da descarbonização, já que na divisão ambiental, a Marquise produz o biometano, é que elegeram os caminhões da Scania. A planta de biomentano, chamada GNR Fortaleza no Ceará, produz o combustível a partir dos resíduos sólidos das coletas.
O biometano pode reduzir em até 90% as emissões de gases. E além de resíduos, o combustível pode ser originado da palha da cana-de-açúcar ou mesmo de gordura animal, como do porco.
Mercado dos caminhões a gás da Scania em 2024
Além das 150 unidades do P 280 vendidas neste ano, a marca encerra 2024 com mais 300 unidades vendidas, entre os demais modelos. Porém, com o mercado cada vez mais atento às causas sustentáveis, para 2025, a marca projeta vender 700 caminhões a gás, sendo 300 desse montante para o segmento de coleta de lixo. Sendo a capital paulista o maior comprador.
Seja como for, de 2019 até agora a Scania já vendeu 1.400 caminhões a gás no País. Sendo oferecidos nas potências de 280, 340, 420 e 460 cv nas cabines P, G e R.
Para Fernando Madrid, os bons resultados de vendas neste ano e em 2025 têm relação com a Lei do Combustível do Futuro, Lei 14.993/2024. Já que estabelece programas para incentivar a produção e o uso de combustíveis sustentáveis, como o biometano.
Madrid também diz que o preço do caminhão a gás ficou equivalente ao do diesel. Nesse sentido, um Scania 460 R Super diesel custa por volta de R$ 1 milhão. Enquanto que a versão a gás/biometano custa R$ 1.030 milhão. O P 280 6x2 a gás com cabine XT custa R$ 950 mil.