Os motores Super da Scania vão ganhar novas potências. A novidade faz parte da estratégia da marca de ampliar o portfólio. Nesse sentido, a Scania fez importantes lançamentos em 2024. Exemplo disso é a ampliação da gama de caminhões semipesados, novos motores de 7 litros para essa categoria, bem como para a linha off-road. Assim como ampliou a motorização dos caminhões a gás.
Seja como for, com relação à ampliação do motor Super, o diretor de vendas e soluções da Scania, Alex Nucci, explica que as novidades vão chegar na linha pesada. Porém, com menores potências. Nesse sentido, vale lembrar que o motor Super é oferecido no mercado com potências de 420 cv, 460 cv, 500 cv e 560 cv. Já os modelos mais populares são os caminhões 460 R e 560 R.
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“Neste ano, vamos trabalhar mais comercialmente os modelos de 420 cv e 500 cv. Porque identificamos por meio da nossa oferta de serviços de conectividade, que há operações em que o caminhão de 420 cv pode ser mais adequado do que o 460 cv. Dessa forma, o cliente pode ter mais ganhos operacionais e até redução do custo”, diz Nucci.
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Feitos da Scania chegaram em números
Com o aumento do portfólio e a oferta de serviços, a Scania cresceu em participação 5 pontos percentuais. Ou seja, a empresa saiu de algo em torno de 14% em 2023 para 19,5% de participação acima de 16 t de PBT no ano passado.
Todavia, entre os caminhões pesados, a fabricante fechou o ano passado com 28% de participação frente aos 22% registrados em 2023. Dessa forma, aumentou em 6 pontos percentuais sua presença no segmento, que é o mais relevante no setor.
Em 2023, a Scania voltou a trabalhar mais sua presença nos caminhões semipesados. Assim, a marca do grifo encerrou aquele ano com 2% de participação. Todavia, em 2024 foi que a empresa apresentou mais produtos, como o P 250 e P 280 com motor de 7 litros, opções nos vocacionais, além de 8x2 de 320 cv que atua quase como o carro-chefe no segmento. Assim, conquistou 5% de participação.
“Isso mostra que a nossa estratégia de aumentar a gama de produtos nos ajudou a crescer de forma orgânica. E trouxemos soluções onde o cliente estava precisando, bem como as alternativas como o gás, biodiesel e agora um caminhão elétrico”, diz Nucci que concedeu a entrevista a seguir ao Estradão.
O que a Scania prepara para 2025
Estradão: O caminhão com motor Super superou o modelo Plus em vendas no final do ano passado, demonstrando que os clientes perceberam suas vantagens, mesmo com um custo de aquisição mais elevado. Esse movimento pode ser levado para os semipesados? Ou seja, o motor Super será incorporado a essa categoria?
No futuro, sem dúvida, a Scania ampliará sua gama de motores, podendo chegar aos semipesados. No entanto, o Super foi desenvolvido para atender aos caminhões pesados. Nesse sentido, em breve teremos novidades voltadas a potências menores dentro desse segmento, especialmente para os modelos de entrada.
Com a chegada da gama Euro 6, houve um aumento geral nos preços dos caminhões, e com o Super não foi diferente. No entanto, era fundamental apresentar ao mercado o real desempenho do motor, que proporciona, no mínimo, 8% de economia de combustível – em alguns casos, essa economia chega a dois dígitos.
Escalada do Super no Mercado
Estradão: Diante desse cenário, a tendência é que o Super continue ganhando espaço no mercado de pesados?
Sim, acredito que, em breve, ele representará o maior volume de vendas no segmento. Isso se deve, principalmente, à crescente maturidade dos empresários do transporte. O setor tem se profissionalizado a cada ano, e o custo com combustível pode representar até 50% das despesas operacionais.
Por isso, os clientes estão cada vez mais atentos a fatores como economia de combustível e valorização na revenda, mesmo que o investimento inicial seja maior. Essa é uma das razões que explicam o aumento da demanda pelo Super.
Foco nos Serviços
Estradão: Essa maturidade do cliente também pode estar relacionada à forte campanha da Scania na oferta de serviços, iniciada em 2018 com a chegada da nova linha?
Sem dúvida. Quando a Scania começou a apresentar a venda de soluções, o foco sempre foi – e ainda é – a eficiência. Isso inclui redução do custo operacional, maior disponibilidade do caminhão e treinamento de motoristas, entre outros fatores.
Com a evolução da conectividade, a Scania introduziu o Control Tower, uma ferramenta que auxilia tanto os clientes quanto a própria rede de concessionárias. Esse sistema permite visualizar a localização do veículo e o tempo que ele permanece parado em determinado local. Quando um caminhão entra em uma concessionária para manutenção, por exemplo, o cliente tem previsibilidade sobre o tempo de serviço, os procedimentos que serão realizados e os custos envolvidos.
Esse avanço demonstra como os serviços agregados trouxeram mais maturidade para todos os envolvidos na operação: clientes, concessionárias e até mesmo a própria fabricante, que usa essas informações para aprimorar sua oferta de produtos e serviços.
Comportamento dos Transportadores
Estradão: A Scania está colhendo os frutos dessa ofensiva voltada para produtos e serviços. Hoje, quando um cliente compra um caminhão, ele geralmente adquire também algum tipo de serviço?
Sim. Atualmente, cerca de 70% dos caminhões agregam um plano de manutenção. Para efeito de comparação, em 2018, quando começamos a divulgar essas soluções ao mercado, esse número era de apenas 15%. De início, a busca por esses serviços tinha a liderança dos grandes frotistas. No entanto, entre 2020 e 2021, esse índice subiu para 40%, abrangendo também empresas de menor porte.
O comportamento do transportador mudou tanto que hoje há pequenas oficinas instaladas diretamente nas bases dos clientes, geralmente frotistas com mais de 150 caminhões. Além disso, empresários menores perceberam que poderiam adotar esse modelo. Há casos de transportadores que se uniram para viabilizar um serviço dedicado. Em regiões com concentração de cinco ou seis frotistas menores, a Scania tem desenvolvido bases de atendimento personalizadas.
Isso demonstra que os empresários do setor estão cada vez mais atentos à importância da conectividade e dos serviços para otimizar suas operações. Atualmente, a Scania já tem 80 mil caminhões conectados no Brasil, fornecendo uma base de dados fundamental para os próximos passos da marca.
Desenvolvimento de produtos
Estradão: A Scania, com seus 80 mil caminhões conectados, possui um conhecimento detalhado sobre o comportamento dos veículos e suas operações. Essa base de dados ajuda o time de engenharia a desenvolver soluções mais assertivas?
Sem dúvida. Com essas informações, conseguimos entender melhor as necessidades reais do mercado. Por exemplo, com a migração para carretas de quatro eixos, há mudanças no comportamento dos caminhões e no desgaste de componentes. Nossa equipe estuda esses impactos para desenvolver soluções que minimizem tais desgastes.
Outro exemplo é o motor do Super. Para ampliar sua presença no mercado, trabalhamos fortemente na oferta dos modelos 460 R 6x2 e 560 R 6x4, pois essas são as potências mais utilizadas no país. No entanto, com base na conectividade, identificamos que devemos focar também nas versões 420 cv 6x2 e 500 cv 6x4, que atendem a outras necessidades operacionais.
Com o crescimento das vendas dos modelos principais, adquirimos experiência e maturidade para expandir o portfólio. Além disso, nossos dados indicam que, em algumas operações, a potência e o torque totais do caminhão não são completamente utilizados, o que nos levou a pensar em novas configurações mais eficientes.
Consultoria personalizada
Estradão: Com isso, a Scania consegue oferecer uma consultoria mais precisa aos transportadores?
Exatamente. Muitas vezes, um cliente adquire um Scania Super de 460 cv, mas sua operação não exige essa potência. Nesse caso, o modelo 420 cv seria uma alternativa mais adequada, oferecendo o mesmo nível de desempenho, porém com custo de aquisição menor e melhor retorno financeiro.
Esse tipo de análise baseada em dados é o que nos permite expandir o portfólio do Super com novas opções de potência. Dessa forma, atendemos a uma demanda crescente do mercado e ajudamos os transportadores a obter a melhor relação custo-benefício em suas operações.
