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Scania transforma garrafas PET em grades de caminhões e reduz CO₂

Iniciativa pioneira da Scania Brasil reutiliza 1,5 milhão de garrafas PET por ano e reduz 62 toneladas de CO₂ na produção em São Bernardo do Campo (SP)

Andrea Ramos

20 de out, 2025 · 5 minutos de leitura.

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Grade caminhão Scania de garrafa PET
Grade caminhão Scania de garrafa PET
Crédito:Andrea Ramos/Estradão
Grade caminhão Scania de garrafa PET

Em 2024, a Scania passou a fabricar a grade frontal de todos os caminhões montados em São Bernardo do Campo (SP) com plástico reciclado obtido de garrafas PET. A iniciativa faz parte da estratégia global da marca sueca para promover a economia circular e reduzir as emissões em toda a cadeia produtiva. Com a nova composição, a empresa retira cerca de 1,5 milhão de garrafas PET do meio ambiente por ano com a produção média anual de 30 mil caminhões.

Sustentabilidade aplicada à engenharia da Scania

Cada grade frontal, conhecida internamente como T-bone, consome cinco quilos de insumos plásticos, sendo 20% de PET e 80% de policarbonato (PC). Antes, a Scania recebia o PET em estado virgem de produtores norte-americanos, mas agora utiliza material reciclado de origem nacional.

Todavia, quando toda a produção da fábrica adotar o novo composto, a Scania deixará de emitir 62 toneladas de CO₂ por ano. Essa redução ocorre não apenas pela reciclagem, mas também pelo fim do transporte marítimo do insumo importado. Assim como pela diminuição da queima de resíduos plásticos.

Parcerias que impulsionam a economia circular

A inovação ocorre graças à parceria entre a Scania e seus fornecedores de plásticos e compostos. Uma multinacional química desenvolveu o plástico parcialmente reciclado que atende aos padrões de qualidade da montadora. Ela compra o PET reprocessado de recicladoras brasileiras, que coletam garrafas em postos espalhados pelo País.

Grade caminhão Scania de garrafa PET
A introdução gradativa das grades frontais começou em 2024, na planta de em São Bernardo do Campo - Andrea Ramos/Estradão

Em seguida, o material é misturado ao policarbonato e entregue a outro fornecedor, responsável pela fabricação das peças instaladas nas cabines dos caminhões. Dessa forma, a cadeia completa se envolve no ciclo de reaproveitamento.

Entretanto, não se trata de uma tarefa simples. As peças passaram por testes rigorosos de impacto, fluidez, envelhecimento e aderência da pintura, inclusive na matriz da Scania, na Suécia. Somente após a aprovação do especialista principal da marca em resinas plásticas houve a liberação do novo material para uso em série.

Resultados animadores e planos globais

Os ganhos ambientais são expressivos. Além do reaproveitamento de milhões de garrafas PET, a Scania registrou redução de 11% nas emissões de CO₂ por quilo de plástico produzido. E economia de 16% de energia em relação ao uso de insumos virgens.

Por enquanto, apenas a fábrica brasileira utiliza a nova composição. Mas a tecnologia limpa já despertou interesse de unidades da marca na Europa e na Ásia.

Todavia, o principal impacto ocorre no pós-consumo. Com foco de justamente transformar o que seria resíduo em matéria-prima valiosa. Estima-se que o mundo consuma meio trilhão de garrafas PET por ano. E que cerca de 1,5 mil dessas embalagens sejam descartadas a cada segundo.


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