A Scania agitou a indústria ao apresentar, por enquanto na Europa, seu motor Super 11, batizado internamente de DC11. Ou seja, um combinando de 10,6 litros de cilindrada, layout em linha e apenas cinco cilindros.
Desenvolvido a partir do consagrado DC13, a novidade mantém o conceito modular da marca. Basicamente, um dos cilindros foi suprimido, gerando um bloco e cabeçote encurtados. O resultado é um motor mais leve e com peças intercambiáveis. Assim, reduzindo custos de manutenção e otimizando a logística de peças.
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Logo na estreia, a fabricante sueca deixou claro que planejou essa configuração desde o início da série Super. A proposta é atender nichos específicos do transporte rodoviário, onde o baixo peso é prioridade, com economia de combustível. Nesse sentido, até 60% das peças do DC11 são comuns ao DC13. Enquanto 25% receberam ajustes e apenas 15% foram desenvolvidas do zero.
Soluções técnicas exclusivas para reduzir vibração e elevar desempenho
Tradicionalmente, motores com número ímpar de cilindros sofrem com vibrações. Para contornar esse desafio, a Scania investiu em soluções inéditas para o segmento de pesados. Além do uso de eixos de balanceamento, a marca incorporou um sofisticado gerenciamento eletrônico de injeção, que ajusta a quantidade de diesel e o momento da explosão em cada cilindro. Isso garante funcionamento suave e linear, mesmo em diferentes regimes de rotação.
Outro destaque é a adoção do VVT (Variable Valve Timing). Em outras palavras, o recurso já conhecido em automóveis de passeio garante alta performance. A tecnologia otimiza a eficiência do motor e auxilia no sistema de freio motor, batizado de VVB (Variable Valve Brake). Essa solução permite ao DC11 entregar até 344 kW (461 cv) de potência de frenagem. Um feito notável para um motor de 10,6 litros.
Menor consumo de combustível e emissões otimizadas
Ademais, um ponto importante no projeto do Super 11 está no sistema de pós-tratamento dos gases de escape. A Scania implementou injeção dupla de AdBlue (Arla 32). Porém com um novo posicionamento da primeira dosagem, que agora ocorre antes da turbina. Esse ajuste melhora a eficiência na redução de emissões e ainda diminui o consumo do agente redutor. Segundo a fabricante, enquanto o DC13 consome, em média, 12% de AdBlue em relação ao diesel, o DC11 trabalha com apenas 10%.
Na Europa Scania entre três versões do Super 11 e foco em operações específicas
A linha Super 11 chega ao mercado em três opções: 350 cv (184 mkgf), 390 cv (204 mkgf) e 430 cv (224 mkgf). A proposta é clara: atender dois perfis bem distintos de operação. O de clientes que precisam reduzir peso para aumentar a carga útil, como no transporte de combustíveis e aplicações urbanas. Além de frotas que trafegam em terrenos predominantemente planos e com cargas leves, buscando o menor consumo possível.
De fato, os testes realizados na rota entre Norrköping e Södertälje, na Suécia, mostraram que, com cargas entre 15 e 25 toneladas, o Super 11 de 430 cv consumiu menos diesel que o tradicional DC13 de 420 cv. Entretanto, acima de 25 toneladas, a vantagem volta para o motor de seis cilindros. O que comprova o foco do novo cinco cilindros em nichos específicos.
O Super 11 chegou para ocupar seu espaço
Com o Super 11, a Scania aposta em um conceito diferente e ousado. Ao unir soluções técnicas avançadas, modularidade e menor peso, a marca amplia o leque de opções para operações específicas. Dessa forma, reforça sua estratégia de motorizações personalizadas.
A Scania no Brasil não confirma a chegada do motor Super 11. Mas anunciou que neste ano vai lançar potências inferiores a 420 cv para o motor Super.
