A DHL completou no fim de maio um teste de 100 dias com o novo caminhão elétrico com gerador auxiliar a combustão desenvolvido em parceria com a Scania. O modelo, chamado de Veículo Elétrico de Alcance Estendido (EREV, na sigla em inglês), registrou uma redução de 90% nas emissões de CO₂ em comparação com caminhões a diesel. Ao longo do período de avaliação, o EREV percorreu 22.000 quilômetros na rota entre Berlim e Hamburgo, na Alemanha.
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Apesar de utilizar um gerador a combustão como apoio, o Scania EREV operou por 91,9% do tempo durante os testes utilizando apenas energia elétrica das baterias carregada na rede. Assim, o motor auxiliar foi ativado em apenas 8,1% do percurso, servindo como reserva para situações excepcionais, como falhas no carregamento ou temperaturas muito baixas. Como resultado, o caminhão evitou a emissão de quase 16 toneladas métricas de CO₂ durante o período de testes, segundo a DHL.
O caminhão Scania empregado no teste da DHL é um cavalo mecânico elétrico da linha G com tração 6x2, mas adaptado com o gerador auxiliar. Na prática, é um veículo híbrido.
Porém, nos híbridos desse tipo, o motor a combustão funciona como extensor de alcance e gera energia para recarregar as baterias. Assim, ele não traciona as rodas diretamente. Nos modelos dessa categoria, apenas os motores elétricos desempenham essa função. O caminhão elétrico adaptado pela Scania e a DHL, por exemplo, tem um gerador a gasolina. A empresa também estuda aplicações de geradores auxiliares movidas a diesel e HVO.
Gerador auxiliar amplia viabilidade do caminhão elétrico
O Scania EREV possui um motor elétrico de 313 cv de potência, com pico de 400 cv, alimentado por uma bateria de 416 kWh, enquanto o gerador auxiliar desenvolve 163 cv. Nessa configuração, o caminhão tem alcance de aproximadamente 250 quilômetros. Porém, a DHL e o fabricante sueco já estudam implementar uma versão de maior capacidade, com bateria de 520 kWh. Dessa forma, a autonomia do caminhão no modo totalmente elétrico pode aumentar significativamente, como apontam as empresas.
Apesar dos bons resultados, a DHL salienta que o atual sistema europeu de pedágios e emissões não reconhece adequadamente os benefícios ambientais de tecnologias como o EREV. O CEO da empresa, Tobias Meyer, defende que as regras devem acompanhar as inovações: "Queremos descarbonizar o setor de transportes agora, e a regulamentação deve nos apoiar nessa tarefa.”
Segundo o executivo, o uso de combustíveis renováveis no gerador auxiliar pode reduzir ainda mais as emissões no futuro. Além disso, o software do caminhão pode limitar o uso do gerador, garantindo que as emissões se mantenham dentro de padrões pré-estabelecidos.