O vice-presidente de marketing e vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), Ricardo Alouche, celebrou o crescimento nas vendas em 2024. Sendo pelo 21º ano líder nas vendas de caminhões. Nesse sentido, a marca registrou aumento de participação de mercado no período. E avançou acima da média do mercado.
Em outras palavras, foram 31,2 mil caminhões emplacados. O que garantiu à marca a liderança com 25,1% de participação de mercado. No segmento de ônibus, a empresa garantiu a vice-liderança, com 5.856 chassis comercializados e 26,1% de participação. Ou seja, com alta de quatro pontos percentuais.
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Dessa forma, o crescimento da fabricante de origem alemã foi acima da média da indústria. Ou seja, em caminhões, a alta foi de 16%. Para efeito de comparação, o mercado ficou em 15,7%. Já em ônibus, o resultado da marca foi 30% maior. Enquanto que o mercado total, o crescimento registrado foi 9,8% nas vendas totais.
Manutenção do crescimento
Em entrevista exclusiva ao Estradão, Ricardo Alouche, diz que esses resultados são a soma de ações que a marca vem desenvolvendo nos últimos anos. O que começa pela gama ampla e diversificada de produtos que passam por constantes reformulações.
Além disso, a empresa, no ano passado, investiu fortemente na oferta de serviços. Estes, sob o guarda-chuva da Volks Care. O que não deve parar por aí. Alouche adiantou que em 2025 vai lançar mais três novidades para o segmento.
“Dessa forma, tudo o que prometemos para a rede e para os clientes, nós entregamos. Também, o ano de 2024 foi bastante favorável para os negócios”, diz o vp da VWCO.
Todavia, para este novo ano a projeção é de um mercado crescente. Por isso, o executivo diz que sua expectativa para o mercado está em linha com as projeções das entidades de classe. Ou seja, entre 1,8% e 4,5%, conforme Anfavea e Fenabrave. Sobre o crescimento da Volkswagen, a marca por ser listada em bolsa, não pode revelar. Confira a entrevista a seguir.
Vendas em 2025
Produtos maduros e a ampla oferta de serviços levaram a VWCO crescer acima do mercado. E em meio a um ano cujo você mesmo disse “ter sido adequado os negócios”. E como será o mercado neste ano?
Acredito que o ambiente continua propício para os negócios. Durante o período de pandemia, o empresário de transporte não renovou a frota. Nesse sentido, já estamos notando alguns movimentos para que a renovação das grandes frotas ocorra. Além disso, as chuvas que estão acontecendo pelo País neste início de ano indicam um prenúncio de que a safra vai ser recorde.
Por sua vez, a indústria, com toda a dificuldade cresceu. O setor de caminhões e de automóveis apresentou bom desempenho. Assim como o setor de varejo e de serviços. E acredito que em 2025 haverá a manutenção disso. E com um certo incremento.
O PIB vai ser um pouco menor, mas ainda será de crescimento. O que segundo o Bradesco aponta para algo em torno de 2,2% superior. E quando o PIB cresce, o nosso segmento avança.
Desafios
Há pontos de atenção?
A Selic aponta para 14,25%, o que é demasiado para o nosso setor. Mas com PIB positivo, economia relativamente ajustada e a indústria trabalhando para fazer mais e melhor, diria que o ano vai ser bom, mas mais desafiador do que 2024.
Porém, três razões me levam a crer nisso. A primeira é a taxa de juros que vai impactar no CDC e no Finame, havendo aumento na parcela do financiamento. Outro fator é o dólar, que nesse patamar elevado, o meu fornecedor vem pedir reajuste, porque muitas peças são importadas, embora a produção seja nacional.
No momento, não estamos fazendo reajuste, mas uma hora isso vai ter que acontecer. Dessa forma, isso culmina no aumento de preços dos caminhões e ônibus.
Há a compensação da safra e do PIB. Mas o desafio vai ser qual lado da balança vai pesar mais ao longo do ano. Por isso, estamos trabalhando com os números entre 1,8% da Anfavea e até mais otimista como o da Fenabrave, de 4,5%. Por ora, não imaginamos crescimento na ordem de 10%.
Oportunidade para a locação
Sobre o reajuste de preço dos caminhões, há frotistas que já estão contratando terceiros para não investir em frota. Do mesmo modo, partindo para a locação para fugir dos altos juros de financiamento. Não pode ser uma oportunidade para a locação?
Sim, estamos vendo esses movimentos. E ao longo dos últimos anos trabalhamos para crescer. E em 2024, encerramos com 4,2 mil caminhões locados pelo VW Truck Rental. Um crescimento de 136% em relação ao ano anterior.
Mas você tem razão, a locação pode ser sim um serviço que vamos oferecer ao cliente como alternativa. Mas não vamos parar por aí. O consórcio pode ser uma outra alternativa para o cliente. No ano passado, na Agrishow, lançamos o consórcio para o Meteor. E encerramos 2024, com 3,5 mil cotas vendidas.
Em outras palavras, quero dizer que essas alternativas devem ser interessantes para os clientes neste ano, devido ao cenário.
Reajuste de preços dos caminhões e ônibus
É possível dizer uma média de quanto os veículos podem ser reajustados neste ano?
Posso dizer que vamos ter uma inflação no País neste ano. Dessa forma, no mínimo e em condições normais, teríamos que repassar a inflação. Porém, em cima disso tem o dólar e o juros. Dessa forma, posso afirmar que esse reajuste vai ser em cima da inflação e do custo de dólar. E nós começamos o mês de janeiro fazendo um repasse importante nos veículos 0-km frente a dezembro de 2024.
Volkswagen traz novidades na servitização
Em termos de produtos a Volkswagen talvez seja a que entregue o portfólio mais amplo. Mas agora, o que se fala é sobre a servitização. Dessa forma, o que a VWCO vai trazer de novidades?
Nos últimos cinco anos dobramos o tamanho do nosso depósito de peças, porque estávamos crescendo em média 20% ao ano. Em 2024 não foi diferente. Assim alcançamos um crescimento de 17% no faturamento. E nesse período lançamos alternativas para o mercado.
Dessa forma, po meio do VolksCare vamos trazer mais atrativos. Como gamificação de motoristas, além da possibilidade de o cliente incluir a frota de agregados ao VolksCare, por exemplo.
Elétricos
e-Delivery lidera o mercado de elétricos
A Volkswagen Caminhões cresceu em todos os segmentos e lidera em quase todos, inclusive com o e-Delivery. A marca vai investir em novidades para a linha neste ano?
Fechamos o ano passado com 49% de participação nas vendas dos caminhões elétricos. Apesar da base baixa, competimos com produtos importados e a preços mais competitivos. Mas o mercado está percebendo que os nossos produtos são duráveis e que entregamos serviços que garantem a maior produtividade. O nosso produto é mais caro, mas os clientes dizem que eles dão mais valor, além do custo de manutenção inferior frente aos importados e aquém quando se compara com o veículo a diesel.
Porém, sobre novos produtos para atender a esse segmento, já estamos trabalhando. Mas não será em 2025. Nesse sentido, já estamos trabalhando para apresentar mais alternativas.
No ano passado apresentamos o Delivery de 11 t renovado, com nova motorização e mais capacidade. E ele chega em março.
Em elétricos, a novidade deste ano será o e-Volksbus. Ele chegará ainda no primeiro semestre ainda em baixo volume.
A vez do Meteor
No ano passado, a Volkswagen apostou no Meteor. Como resultado, o modelo 28.480 entrou no ranking dos 10 mais vendidos. Assim, a Volkswagen encerrou o ano com 9,7% de participação nos extrapesados, ainda abaixo para os padrões VWCO. Neste ano o que será feito?
Queremos focar no segmento do Meteor. Porque é o segmento que temos a menor participação. E justamente é o segmento com mais representatividade no mercado acima de 420 cv.
Também vamos levar os atributos dos nossos modelos ao conhecimento do cliente. Afinal, temos muito a crescer. O desafio é grande porque esse segmento conta com marcas tradicionais e clientes mais conservadores. Por isso, vamos investir em relacionamento e mostrando a disponibilidade do produto.
Além disso, o Constellation HD de 480 cv começou a ser vendido na Fenatran, e já vendemos 120 unidades. A boa aceitação também tem a ver com a boa fama da gama, mais disponível. Assim como o preço dele ser em média entre 7% e 10% mais em relação ao Constellation de 380 cv.