A renovação de frota é um dos maiores pleitos do setor de transporte rodoviário de carga do Brasil. Afinal, a idade média dos caminhões e ônibus no Brasil é de 23 anos. Como resultado, esses veículos são mais poluentes e têm maior chances de apresentar defeitos mecânicos. Bem como oferecem menos recursos de segurança e conforto ao motorista.
Segundo especialistas, outra vantagem do programa de renovação de frota seria o aumento da produção e das vendas de caminhões e ônibus novos. Assim, haveria maior geração de receita, bem como de distribuição de renda. De acordo com o diretor-executivo da Fenabrave, que reúne as associações de concessionárias, Marcelo Franciulli, o potencial do mercado brasileiro é de 200 mil unidades por ano.
Conforme a área de comunicação da Fenabrave, em 2025 a federação será a líder do estudo produzido juntamente com outras associações e o governo federal para desenvolver um programa de renovação de frota. Ou seja, em conjunto com a Anfavea, que reúne as montadoras, Anfir, do setor de implemento rodoviários, e Sindipeças, da área de componentes e peças.
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Renovação de frota depende de linhas de financiamento
Segundo o presidente da Fenabrave, Arcelio Junior, o governo sabe da necessidade de implantação de um programa de renovação de frota eficaz. Bem como está ciente de que isso deve ocorrer o mais rapidamente possível. Desse forma, ele diz que trata-se de uma prioridade do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Seja como for, há Estados implementando seus próprios programas-piloto. De acordo com Franciulli, essas ações estão em linha com as regras da Medida Provisória (MP) 1175/23. Entretanto, há importantes desafios a serem vencidos. O mais complicado está ligado às linhas de crédito necessárias pra viabilizar a implementação do projeto.
Dessa forma, o presidente da Fenabrave afirma que o projeto está bem desenvolvido e tem legislação ampla. "Mas precisamos de recursos, que podem vir de algum fundo para criar uma verba, nem que seja para renovar um determinado volume de veículos por ano”, diz.
Mais segurança e menos emissões
De acordo com Arcelio Junior, o programa de renovação de frota trará vários benefícios, como redução do risco de acidentes, bem como das emissões de poluentes. "Um caminhão com motor a diesel com idade média de 30 anos polui 87% mais que outro motor Euro 6", diz. Além disso, veículos mais seguros se envolvem menos em acidentes, o que reduz os custos inclusive do Sistema Único de Saúde (SUS).
Conforme a Fenabrave, não há perspectiva de que o programa de renovação de frota saia do papel neste ano. Entretanto, a ideia é iniciar o projeto pelo segmento de veículos pesados. Assim, apenas depois dos caminhões e ônibus a iniciativa passaria a inclui os veículos leves.