A Renault passou a utilizar caminhões de reboque duplo em suas operações logísticas na Argentina. Vale dizer que a adoção dos chamados bitrenzões de 9 eixos só foi possível porque o governo argentino liberou o uso dessas composições de 30 metros de comprimento em todas as rodovias do país.
Até então, a circulação dessas composições era restrita a determinados trechos e horários. Na prática, isso reduzia a competitividade desse tipo de solução de transporte. Assim, a Renault se junta à Toyota, que começou a usar os bitrenzões na Argentina em maio. As informações são do site Motor1.
VEJA MAIS:
- DAF XF 480, Iveco S-Way 480 ou VW Meteor 480: as diferenças entre os caminhões 6x2 de 480 cv
- Mercedes-Benz Axor Euro 5 x Euro 6: o que muda no pesado de entrada
- Librelato projeta mercado de 71 mil implementos pesados em 2025
Logística entre Porto de Buenos Aires e Córdoba
Dessa forma, a Renault vai usar os caminhões bitrem para transportar peças e insumos do Porto de Buenos Aires até sua fábrica de Córdoba. O complexo fabril, que completou 70 anos em março, é o maior polo produtivo da marca na Argentina.
Durante a celebração do aniversário, a empresa já havia sinalizado a intenção de retomar o uso de transporte ferroviário. Afinal, na planta há uma estação trem que atualmente está desativada. Antes, porém, essa estrutura servia para conectar a unidade de Córdoba a Rosário e Buenos Aires.
Porém, enquanto esse projeto não avança, o uso de bitrenzão surge como alternativa imediata para reduzir os custos operacionais. No mesmo sentido, a Renault vai conseguir melhorar os prazos de entrega de produtos.

Oportunidades
Conforme o CEO da Renault Argentina, Pablo Sibilla, o impacto da medida será bastante positivo. “Este marco logístico representa muito mais do que a chegada do primeiro bitrem do Porto de Buenos Aires a Córdoba. Ou seja, é a confirmação de que a Argentina pode caminhar para um sistema de transporte mais competitivo, sustentável e moderno”, diz.
Segundo o executivo, a medida permite reduzir custos logísticos, melhorar a eficiência e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões. “É uma oportunidade histórica que nos alinha aos padrões internacionais e reforça nosso compromisso com o desenvolvimento da indústria nacional.”
Desafios e controvérsias
Porém, a liberação dessas composições causam preocupação na Argentina. De acordo com a imprensa do país, parte da malha rodoviária está em condições precárias. Além disso, haveria maiores riscos de acidentes, sobretudo em vias estreitas.
Vale ressaltar que a mudança é vista pelas fabricantes brasileiras de implementos rodoviários como uma boa oportunidade para aumentar as exportações para o país vizinho. Nesse sentido, por exemplo, o diretor da Librelato, João Librelato, disse ao Estradão que a empresa ampliou sua presença na Argentina. Assim, já entregou 130 implementos neste ano. De acordo com ele, parte deles é de modelos graneleiros.