Para manter o transporte rodoviário de carga eficiente no Reino Unido será necessário contratar 200 mil novos caminhoneiros nos próximos cinco anos. O que significa a contratação de pelo menos 40 mil motoristas de caminhões a cada ano. O levantamento é da Road Haulage Association Ltd (RHA), empresa voltada ao setor. Trata-se da única associação comercial no Reino Unido dedicada ao transporte rodoviário.
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Seja como for, se considerar que 81% das mercadorias no Reino Unido são transportadas por estradas, o dado é preocupante. "É necessária a contratação de motoristas de forma urgente para manter o país funcionando", diz a RHA por comunicado.
Conforme o levantamento, essa defasagem ocorre porque muitos motoristas estão se aposentando. Por outro lado, novas contratações não estão ocorrendo na mesma velocidade. Enquanto isso, a demanda por transporte rodoviário está aumentando na região.
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"Se quisermos preparar o setor para o futuro a longo prazo, precisamos recrutar, treinar e reter motoristas todos os anos para atender à demanda. Com uma força de trabalho envelhecida, também precisamos atrair mais jovens para o setor", diz a porta-voz da RHA, Sally Gibson.
Para Gibson, é preciso envolver o setor privado, bem como o governo e especialistas de treinamento. Além disso, cabe às transportadoras desenvolver políticas mais atrativas para recrutar e reter funcionários a longo prazo.
Falta de caminhoneiros também afeta o Brasil
Pesquisa divulgada no ano passado pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) mostra que o perfil do motorista de caminhão no Brasil é majoritariamente composto por homens com idades entre 36 e 55 anos. Todavia, grande fatia está acima dos 45 anos. Ou seja, logo mais em vias de se aposentar.
Porém, diferente do Reino Unido, aqui a baixa valorização dos motoristas agrava o cenário. E afugenta o interesse de novos profissionais. Conforme a pesquisa da CNTA, por exemplo, os caminhoneiros no Brasil trabalham, em média, 24 dias por mês, 12 horas por dia. Costumam descansar em postos de combustível, com pausas de 7 a 11 horas.
Metade dos caminhoneiros nunca se sente seguro nas estradas. E 46% deles já foram vítimas de roubo de cargas. Dessa forma, apenas um em cada quatro desses profissionais considera as condições dos pátios como boas ou ótimas. Outro ponto de atenção são os veículos utilizados, com média de 11 anos de uso. Dois em cada três caminhões estão quitados. Por isso, apenas uma fração dos proprietários sente a necessidade de trocar de veículo.
Os caminhoneiros possuem, em média, 17 anos de experiência e conseguem fretes diretamente com embarcadores e agentes de carga. A remuneração mensal líquida desses profissionais é de R$ 10 mil.
