A falta de semicondutores continua prejudicando a produção de caminhões no Brasil. Foram fabricadas 12.724 unidades em julho. Assim, houve queda de 14% na comparação com as 13.370 feitas em junho. Os dados são da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). E foram divulgados nesta sexta-feira (5).
Como resultado da escassez de peças, a Mercedes-Benz, por exemplo, paralisou a área de produção. Para isso, deu férias coletivas aos funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo, na grande São Paulo. Em abril e maio, a empresa já havia concedido férias coletivas pelo mesmo motivo.
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Da mesma maneira, a produção foi 14% menor na comparação com julho de 2021, quando foram feitos 14,8 mil caminhões no Brasil. Além disso, no acumulado de 2022 houve retração de 5,6%. Ou seja, foram feitas 84.496 unidades de janeiro a julho de 2022. No mesmo período do ano passado, foram 89.523. Contudo, o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini, diz que o setor tem mostrado resiliência.
Pesados lideram pedidos
A maior demanda continua sendo por caminhões pesados. Segundo Bonini, esses modelos respondem por mais de 50% das vendas de novos no Brasil. Segundo a Anfavea, em julho as montadoras entregaram 6.452 pesados. Ou seja, 4,6% a menos que as 6.762 feitas em junho. Da mesma forma, houve queda de 11,8% ante as 7.313 unidades feitas em julho de 2021.
Crise na Argentina derruba exportações
De acordo com a Anfavea, no mês passado as montadoras também produziram 4.129 caminhões semipesados, 1.423 leves, 606 médios e 114 semileves. Conforme a associação, as exportações estão patinando. Assim, somaram 2.017 unidades em julho, com queda de 8,5% na comparação as 2.204 registradas em junho.
Segundo Bonini, isso está ligado à crise na Argentina. Conforme o executivo, o país vizinho é um principais importadores de caminhões fabricados no Brasil. Seja como for, em julho de 2022 houve alta de 7,1% ante julho de 2021. Foram exportadas 1.884 unidades naquele mês.
Do mesmo modo, no acumulado de janeiro a julho as exportações cresceram. Foram 13.155 unidades, ante as 12.615 7.223 exportadas no mesmo período de 2021.
Ônibus em recuperação
A produção de ônibus em julho manteve a tendência de alta. Vale relembrar que esse setor foi um dos mais impactados pela pandemia da covid-19. De acordo com a Anfavea, foram fabricadas 3.130 chassis no mês passado. Ou seja, 4,6% a mais que os 2.991 feitos em junho.
Da mesma forma, houve aumento de 104,2% ante as 1.533 unidades produzidas em julho de 2021. No acumulado dos sete meses do ano, foram feitos 16.461 chassis para ônibus. Como resultado, houve alta de 38,8% na comparação com os 11.857 fabricados de janeiro a julho de 2021.