Mercado

Produção de caminhões registra queda de 18% em maio

Greve dos caminhoneiros interrompe sequência de crescimento do segmento verificada desde o fim do ano passado

Décio Costa

06 de jun, 2018 · 4 minutos de leitura.

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Greve de caminhoneiros reduziu produção
Crédito:Foto: Mercedes-Benz

Com as fábricas de veículos paradas devido a falta de fornecimento de peças durante a greve dos caminhoneiros, o ritmo de produção de caminhões caiu 18% em maio, com 7.423 unidades montadas contra 9.095 unidades anotadas no mês anterior.

O volume de caminhões produzidos no mês passado foi até mesmo inferior ao de maio de 2017, com registro de 7.576 unidades produzidas, período no qual ainda não se via horizonte favorável de recuperação.

Pelas estimativas da Anfavea, as fabricantes deixaram de produzir perto de 3.000 veículos pesados. Cabe, no entanto, lembrar, que além da manifestação dos caminhoneiros, também os metalúrgicos da Mercedes-Benz estiveram por oito dias em greve no mês passado, o que certamente acentuou os impactos negativos nos números mensais da produção.


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Durante divulgação do balanço do setor automotivo na quarta-feira, 6, Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea e diretor de relações institucionais da Mercedes-Benz, observou que a aposta ainda é de crescimento. “Toda a cadeia da produção já está trabalhando de maneira forte para recuperar o ritmo.”

O acumulado do ano, no entanto, mostra quanto o segmento já se recuperou em relação ao ano passado. De janeiro a maio, saíram das linhas de montagem 40.952 caminhões, alta de 40,1% sobre 29.224 unidades produzidas doze meses antes.

Nas vendas para o mercado interno também a greve afetou os negócios de maneira negativa. Em maio, os licenciamentos somaram 5.626 caminhões, declínio de 8,7% em relação a abril (6.164 unidades), mas ainda em forte alta de 37,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado.


O presidente da Anfavea, Antonio Megale, lembra que a base de comparação do ano passado é muito baixa, mas estima que no mês passado pelo menos 500 caminhões deixaram de ser vendidos em virtude da greve.

A tendência de alta, porém ainda prevalece no resultado do acumulado do ano. De janeiro a maio, o mercado negociou 26.323 caminhões, crescimento de 52,7% sobre as 17.236 unidades emplacadas um ano antes.

A greve também provocou estragos nos embarques de caminhões para o exterior. No mês passado, as 1.783 unidades representaram quedas de 34,8% em relação a abril (2.738 caminhões), e de 29,6% na comparação com maio de 2017, quando as remessas somaram 2.534 unidades.


Nos cinco primeiros meses do ano, 11.850 caminhões foram exportados, volume 9,2% superior ao registrado um ano antes, de 10.847 unidades.

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