Aline Feltrin

07/08/2023 - 4 minutos de leitura.

Produção de caminhões e ônibus continua em ritmo lento no Brasil

Segundo a associação das montadoras, produção de caminhões e ônibus patina por causa do Proconve P8, que encareceu o preço dos veículos novos

O desempenho de produção de caminhões em agosto ficou acima de julho, mas ainda em ritmo lento Crédito: Divulgação/Scania

A produção de caminhões e ônibus apresentou ritmo lento em julho. Assim, segundo a Anfavea, associação que reúne as montadoras de veículos, a redução da compra de caminhões 0-km se deve à nova tecnologia de motores. Essa atualização atende à norma ambiental Proconve P8. Por causa disso, o preço desses veículos ficou até 30% mais alto.

Segundo dados da Anfavea, em julho as fabricantes produziram 6,7 mil caminhões, queda, portanto, de 4% sobre os 7 mil feitos em junho. Já comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda foi de 47%. Em julho de 2022, as montadoras fabricaram 12,7 mil. Ou seja, 6 mil a mais.

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Seja como for, no acumulado dos sete meses, o desempenho de produção de caminhões também ficou abaixo na comparação com o mesmo período do ano passado. Assim, de janeiro a julho, as montadoras fabricaram 53,9 mil caminhões. Ou seja, 36,2% a menos que as 84,5 mil unidades feitas no mesmo período de 2022.

Produção de ônibus também patina    

A indústria de chassis de ônibus apresenta um cenário parecido com a de caminhões. Dessa forma, em julho, a produção somou 1.903 unidades. Queda, portanto, de 2,4% sobre junho, quando saíram das linhas de produção 1.949 ônibus.


Seja como for, na comparação com julho do ano passado, a queda é ainda mais acentuada. Ou seja, retração 39,2%, com 3.130 unidades produzidas. Já no acumulado do ano, a soma foi de 11.442 ônibus fabricados. Retração, portanto, de 30,5% sobre a produção de 16.461 alcançada de janeiro a julho do ano passado.

Conforme o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini, o ritmo lento da produção por causa da baixa demanda pode ser verificado quando se compara com a média dos últimos cinco anos. Assim, em julho desses últimos anos, a indústria de caminhão já havia vendido 50% da produção programada. Contudo, neste ano, o percentual chegou a 29%.

Ou seja, um desempenho equivalente ao que seria conquistado em abril. "Esse cenário é consequência das compras antecipadas feitas no ano passado e caminhões com tecnologia anterior, ou seja, os equipados com motores Euro 5",comenta.


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