A produção de caminhões no Brasil teve forte recuperação em agosto. Assim, as 9,6 mil unidades feitas no mês passado representam alta de 42,6% na comparação com as 6,7 mil fabricadas em julho. Porém, na comparação com os 17,2 mil caminhões produzidos em agosto de 2022, a retração é de 44,2%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (5) pela Anfavea, associação que reúne as fabricantes de veículos.
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Da mesma forma, no acumulado do ano a produção de caminhões é menor que a do mesmo período de 2022. Ou seja, de janeiro a agosto, as montadoras produziram 63,5 mil unidades, ante as 101,7 mil feitas em igual intervalo do ano passado. Portanto, o saldo negativo é de 38.200 veículos, ou -37,6%.
Conforme o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, a alta da produção em agosto não é motivo para celebração. Afinal, o avanço ocorreu com base em um número baixo. “No entanto, é importante ressaltar que a indústria está trabalhando para conquistar melhores resultados”, diz.
Incentivos do governo
Nesse sentido, Leite diz que a indústria vem passando por momentos difíceis. Sobretudo por causa do aumento do preço dos caminhões novos, motivado pela introdução dos motores Euro 6. Assim, o número de encomendas diminuiu. Seja como for, ele reconhece que a Medida Provisória 1175/23, que incentiva a renovação da frota, foi positiva.
Assim, a MP incentivou a venda de pelo menos 400 veículos, o que, segundo Leite, ajuda a fomentar a produção. Contudo, ele lembra que é preciso ampliar a utilização dos recursos. “Ainda há R$ 700 milhões disponíveis. Porém, tudo indica que o programa vai terminar em um mês”, afirma.
Ele se refere ao prazo da MP que vai expirar em 3 de outubro. Caso não utilizem os recursos até lá, serão perdidos. Porém, até lá há chance de o congresso aprovar a MP como uma regra fixa. De acordo com a Anfavea, também há a possibilidade de o Governo aprovar uma nova Medida Provisória para que haja chance da utilização dos recursos que falta.
Seja como for, conforme publicado pelo Estradão, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, disse que "o programa de renovação de frota vai ser estendido. Além disso, informou que para isso o BNDES vai oferecer linhas de crédito por meio do Finame."
Produção de ônibus avança
Assim como a produção de caminhões, a de ônibus esboçou recuperação. Em agosto, saíram das linhas das montadoras 2.048 unidades, com alta, portanto, de 7,6% sobre as 1.903 produzidas em julho. Porém, na comparação com agosto de 2022, o saldo negativo é de 1.516 unidades. Ou seja, a queda é de 42,5%.
Da mesma forma, no acumulado dos oito meses de 2023 os números também são negativos. Segundo a Anfavea, de janeiro a agosto a indústria entregou 13.490 chassis de ônibus. Portanto, houve queda de 32,6% ante as 20.025 unidades feita no mesmo período do ano passado.
De acordo com o presidente da Anfavea, o Programa Caminho da Escola deverá ser “um alento” para o setor. Ele se refere ao edital que acaba de ser publicado pelo governo federal. A nova etapa da iniciativa prevê licitação para a compra de 16,3 mil novos ônibus. Ou seja, 4,9 mil a mais do que o esperado. A abertura das propostas feitas pelas fabricantes foi marcada para o dia 12 de setembro.
