A venda de pneus de carga registrou queda no Brasil nos nove primeiros meses de 2025. Dessa forma, de janeiro a setembro foram vendidas 4.844.806 unidades, com retração de 5,2% na comparação com igual período de 2024, quando houve 5.108.506 vendas. Porém, a redução não afeta todos os canais da mesma forma segundo a ANIP, que reúne as fabricantes do setor no País.
Conforme a associação, no setor de reposição, a maior fatia do mercado brasileiro, a queda foi ainda mais acentuada. Ou seja, os 3.428.301 pneus vendidos em 2025 correspondem à retração de 7,6% ante as 3.709.151 unidades vendidas no mesmo período de 2024. Assim, é possível afirmar que isso indica menor ritmo de renovação de pneus de veículos de frota.
- VEJA MAIS:
- Europa deve isentar caminhões elétricos de pedágio até 2031
- Caminhões elétricos na Europa: veja preço e os mais vendidos
- Novo biocombustível para caminhões e ônibus chega ao Brasil
Vendas de pneus para montadoras evitam retração maior
Ademais, as vendas para as montadoras mostra comportamento bem diferente. De janeiro a setembro, as vendas cresceram 1,2%, passando de 1.399.355 para 1.416.505 pneus. Mesmo com as oscilações e a queda nas vendas para modelos extrapesados, as entregas acompanham a alta na oferta de caminhões novos de menor capacidade. Do mesmo modo, as vendas de ônibus no País estão positivas.
Todavia, essa leve alta não compensa as perdas registradas no setor de reposição, já que o canal OEM representa fatia menor do total. O resultado final ainda revela um mercado mais retraído.
Setembro reforça tendência de queda
Os números de setembro isoladamente confirmam o cenário de desaceleração. As vendas totais somaram 527.728 pneus. Ou seja, redução de 10,5% na comparação com setembro de 2024 (589.561 unidades).
O canal de reposição caiu 11% no mês, atingindo 380.248 pneus. Enquanto as montadoras recuaram 9%, com 147.480 unidades. Além disso, o resultado de setembro ficou 4,9% abaixo de agosto, mostrando que a desaceleração não é pontual, mas consistente.
Perspectivas do setor de pneus
O último trimestre deve manter o ritmo fraco, pois ainda não há sinais consistentes de recuperação. Porém, a esperada queda de juros e uma possível recuperação agrícola em 2026, bem como compras governamentais podem criar um ambiente mais favorável para o setor.