A Mercedes-Benz atualizou parte de sua linha de caminhões leves e médios no Brasil. Com isso, um dos destaques é o Accelo, cujo desenho gerou polêmica. Lançado na Fenatran 2024, o modelo teve o estilo criticado por muitos visitantes da feira. Conforme o gerente-sênior de marketing da fabricante, Marcos Andrade, isso já era esperado.
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“As pessoas têm referências do dia a dia e o novo Accelo nada tem a ver com o que existe no mercado", diz o executivo. "Além disso, este é um universo mais conservador. Logo, as referências também são conservadoras”, afirma.
Desenho inspirado no futuro
De acordo com Andrade, o desafio era conectar um produto tradicional com a visão da marca para o futuro. Dessa forma, a equipe de designers da Mercedes-Benz buscou inspiração na eletrificação, principal tendência do mercado de caminhões no mundo todo. Assim, o conceito busca ligação dom o novo eActros.
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Segundo o executivo, isso explica, por exemplo, a grade menor. Isso porque os modelos elétricos não precisam do mesmo tipo de refrigeração dos caminhões com motores térmicos. Nesse sentido, aliás, o Accelo não é o único. Ele cita o caso do Actros L recém-lançado na Alemanha (abaixo).
![Novo Accelo, com desenho polêmico, começa a chegar ao mercado](https://fotos-estradao-estadao.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/wp-content/uploads/2025/02/11152405/mercedes-actros-l-1160x653.jpg)
Porém, no Brasil a Mercedes-Benz optou por iniciar essa transformação de estilo pelo modelo leve. De acordo com Andrade, a cabine do Accelo não recebia atualizações importantes havia 20 anos. “Acredito que aos poucos as pessoas vão se acostumar com o desenho do Accelo. Afinal, ele traz uma série de referências do futuro. E assim, a gente mostra para o mercado para a direção que a Mercedes-Benz vai seguir nos próximos anos.”
Tecnicamente evoluído
Seja como for, o novo Accelo chega com bons atributos. A capacidade de carga, por exemplo, aumentou em mais de 1,2 tonelada. Com isso, o modelo passa a disputar clientes até mesmo de médios. Afinal, na versão 1117 o peso bruto total (PBT) agora é de 10,7 t.
Segundo a área de engenharia da Mercedes-Benz, para isso o caminhão recebeu várias melhorias. Por exemplo, os eixos são reforçados para suportar a maior capacidade de peso. Além disso, foi atualizado todo o sistema de molas e suspensão.
O motor foi mantido. Trata-se do Mercedes-Benz OM 924 LA, com 163 cv de potência e 62 mkgf de torque. Ou seja, é o mesmo quatro-cilindros utilizado no Atego com PBT de 17 toneladas. Conforme a marca, ele recebeu nova calibragem, o que fez o consumo de diesel ser reduzido em até 4%.
![Mercedes-Benz Accelo tem visual polêmico](https://fotos-estradao-estadao.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/wp-content/uploads/2025/02/11152717/WhatsApp-Image-2025-02-11-at-15.11.15-1-1160x771.jpeg)
Mercedes-Benz mantem Accelo antigo à venda
Segundo Andrade, as vendas do novo caminhão começam a deslanchar. Ele afirma que o maior interesse é de pequenos e médios frotistas. De todo modo, a Mercedes-Benz vai manter a linha antiga à venda pelo manos até o fim deste ano.
Assim, o objetivo é atender os cliente mais conservadores, bem como os que não precisam de caminhões com maior capacidade. Além disso, o modelo antigo é mais barato do que o novo. "O Brasil tem mais de 5 mil pequenos municípios. E vimos que o Accelo tem boas vendas nessas regiões. Então, esses clientes agora têm mais opções”, afirma Andrade.