A Nikola Motors, que prometia revolucionar o setor de caminhões elétricos, entrou com pedido de falência nos Estados Unidos. Com isso, chega ao fim uma trajetória marcada por inúmeros altos e baixos administrativos e econômicos. Entre os mais emblemáticos está o escândalos de fraude envolvendo o fundador da companhia, Trevor Milton.
Agora, a empresa norte-americana busca vender seus ativos. Como resultado do anúncio do pedido de falência, a cotação das ações da companhia despencaram. Assim, o valor de mercado da empresa caiu ara menos de US$ 100 milhões (cerca de R$ 70 milhões, na conversão direta). Em 2020, a companhia estava avaliada em mais de US$ 27 bilhões (em torno de R$ 155 bilhões).
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“Enfrentamos diversos fatores macroeconômicos e de mercado que dificultaram nossas operações. Infelizmente, nossos esforços não foram suficientes para superar esses desafios", diz o CEO da Nikola, Steve Girsky.
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Seja como for, desde sua criação, em 2014, até as constantes mudanças de gestão, a empresa passa por momentos turbulentos. Deste modo, a Nikola segue o mesmo caminho de outras startups, como a Proterra e Lordstown Motors, por exemplo.
Nikola teve caminhão baseado em modelo da Iveco
Inicialmente, a Nikola prometia produzir caminhões elétricos a bateria. Porém, passou a desenvolver a tecnologia de células a hidrogênio. Em 2024, a empresa informou que isso a estava salvando, pois iria garantir um aumento de 25% na produção em comparação a 2023.
No entanto, de janeiro a junho, a Nikola produziu apenas 120 caminhões. Além disso, foi preciso fazer uma série de recalls, incluindo casos envolvendo modelos incendiados. Como resultado, a empresa teve de recolher vários caminhões. Assim, levantou ainda mais dúvidas sobre a segurança desses veículo.
Em 2022, no IAA Transportation, considerado como o maior salão do setor de transportes do mundo, a Nikola apresentou o Tre. O cavalo-mecânico exposto no estande da marca na feira alemã era baseado no Iveco S-Way. Entre os destaques estava o eixo elétrico (eAXLE) exclusivo, desenvolvido pela FPT.
Promessa de assistência técnica
Conforme a companhia, o sistema combinava dois motores capazes de gerar o equivalente a 652 cv de potência e 459 mkgf de torque. Porém, em situações específicas a potência podia beirar os 1.300 cv. Além da versão a bateria, a marca oferecia o Tre FCEV. Ou seja, elétrico com célula a hidrogênio.
Seja como for, a Nikola garante que vai continuar oferecendo assistência técnica aos caminhões que estão em operação. Do mesmo modo, promete trabalhar para manter o fornecimento de hidrogênio para abastecer os veículos do tipo.