Tecnologia

Na Fenatran, o avanço da descarbonização no transporte é marcado por novas tecnologias

Motores multiflexíveis e novos sistemas de powertrain elétrico prontos e desenvolvimento apresentados na Fenatran prometem reduções significativas de emissão de CO2

Thiago Vinholes

13 de nov, 2024 · 7 minutos de leitura.

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FPT Industrial, Fenatran
O motor a gás Cursor 13 NG da FPT é indicado para caminhões pesados
Crédito:FPT Industrial/Divulgação

Na Fenatran 2024, fabricantes de motores e sistemas para veículos pesados apresentaram seus projetos mais avançados, voltados para a nova era dos transportes de baixa e zero emissão de CO2. Dessa forma, a indústria, que anteriormente aumentou as emissões poluentes e intensificou o efeito estufa, agora assume a missão de criar soluções para esse problema.

Na feira deste ano, empresas do setor mostraram novas tecnologias que expandem as possibilidades dos transportes sustentáveis. Entre os destaques estão motores a gás e multiflexíveis, além de soluções híbridas que utilizam biocombustíveis para reduzir a pegada de carbono, bem como novos projetos na área de eletrificação pra veículos de serviço.

Cummins

A Cummins Brasil apresentou na Fenatran diferentes tecnologias para reduzir ou eliminar as emissões poluentes. Um destaque da empresa é o motor B6.7, a etanol, que combina o desempenho de um propulsor a diesel com as vantagens ambientais do combustível de origem vegetal. De acordo com o fabricante, a unidade motriz, ainda em fase de testes, gera 330 cv de potência e 91,7 mkgf de torque.


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Fenatran, Cummins, HELM
A plataforma de motores HELM pode funcionar com biodiesel, gás ou hidrogênio - Estradão

Outro desenvolvimento da Cummins na área de descarbonização é plataforma de motores HELM, sigla em inglês para “Maior Eficiência, Menos Emissões e Múltiplos Combustíveis”. Ou seja, é um motor que pode funcionar com diferentes tipos de combustível, alterando apenas a configuração do cabeçote. De com o fabricante, o sistema apresentada na Fenatran suporta diesel, gás natural e hidrogênio.

FPT Industrial

A FPT Industrial, parte do Iveco Group, mostrou na Fenatran o motor N67 NG, que pode funcionar com gás natural (GNV e GNL) ou biometano. Conforme o fabricante, é um propulsor para aplicações em caminhões médios e semipesados. O novo Iveco Tector NG, por exemplo, possui esse propulsor ajustado para entregar 204 cv de potência e 76,4 mkgf de torque.


FPT Industrial, Fenatran

A FPT projetou o motor a gás Cursor 13 NG para caminhões pesados - FPT Industrial/Divulgação

Outro motor a gás da FPT exposto na feira foi o Cursor 13 NG, que equipa o Iveco S-Way NG. A versão utilizada no caminhão pesado da marca italiana gera 460 cv e 203,8 mkgf. Segundo o fabricante, os novos motores da linha NG podem reduzir em até 95% as emissões de CO2 quando abastecido com biometano.

ZF

A ZF, conhecida fornecedora de transmissões, está diversificando seus negócios para atender à demanda por novas tecnologias de descarbonização. Assim, um exemplo dessa nova fase da empresa é a tecnologia CeTrax, um sistema que combina motor elétrico, transmissão e gerenciamento de controle em uma única unidade compacta.


Fenatran, ZF, CeTrax
O CeTrax reúne todos os elementos de um motor elétrico em uma única plataforma - Estradão

De acordo com a companhia, ao combinar todos os elementos de um motor elétrico em uma única plataforma, a necessidade de componentes adicionais diminui. Dessa forma, o CeTrax é um sistema de motorização elétrica mais leve e ocupa menos espaço no veículo, permitindo formas ainda mais eficientes.

WEG

A fabricante brasileira de motores elétricos, WEG, mostrou na Fenatran o Range Extender (Extensor de Alcance, em inglês). Desenvolvido em parceria com a Horse, subsidiária criada pela Renault e Geely, o sistema combina um motor 1.0 três cilindros turbo com um gerador elétrico. Além disso, o propulsor a combustão interna funciona exclusivamente com etanol.


Fenatran, WEG, Range Extender
A WEG propõe o Range Extender para veículos híbridos do tipo EREV - Estradão

A WEG propôs o Range Extender para equipar veículos do tipo EREV (Veículo Elétrico de Alcance Estendido). Ou seja, ele permite a criação de modelos híbridos que utilizam exclusivamente a força motriz do motor elétrico. Dessa forma, o propulsor a etanol atua apenas para recarregar as baterias. O equipamento já está em testes no micro-ônibus Volare Attack 9 HVE, que chegará ao mercado em 2026.

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