Andrea Ramos

06/03/2024 - 7 minutos de leitura.

MWM leva o gás como solução para caminhões no agro e no lixo

Empresas do agronegócio e da coleta seletiva encontram no motor a gás da MWM uma solução viável para descarbonizar o transporte no Brasil

MWM leva o gás como solução viável a caminhões no agronegócio e coleta de lixo Crédito: Tupy/Divulgação

A MWM está ajudando alguns clientes a entrar na jornada da descarbonização. Nesse sentido, vale mencionar que a MWM está posicionada como uma das maiores fabricantes de motores no uso fora de estrada. Como grupos geradores de eletricidade a partir da combustão, seja diesel, biometano ou biogás.

Dessa forma, a empresa está entregando soluções aos clientes do agronegócio com o gás. Já que a solução para a descarbonização é a mais viável do ponto de vista econômico.

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Diretor de pesquisa da Tupy (dona da MWM), André Ferrarese, diz que clientes, donos de veículos comerciais como caminhões, ônibus e máquinas agrícolas questionam o custo de adotar medidas de descarbonização. Do mesmo modo, a durabilidade da tecnologia. Sobretudo quando se compara ao diesel.

"Nesse sentido, procuramos desenvolver soluções viáveis. Que tragam impactos positivos do ponto de vista ambiental e econômico. Mas que permita a aplicação em larga escala", explica Ferrarese.

Descarbonização viável com o uso do biometano

Dessa forma, o grupo Tupy, com a MWM, traz a solução dos motores a gás. Mas com o uso mais focado de biometano. A solução já está sendo utilizada em caminhões que rodam nas atividades do agronegócio. Assim como em operações de coleta de resíduos.


Empresas do ramo agro estão trocando os motores diesel por gás para descarbonizar a operação

A solução é simples, os motores diesel dos caminhões ou ônibus, independentemente da marca, são trocados pelo MWM a gás. Também, capaz de rodar com biometano.

Entretanto, não se trata de um retrofit. Conforme o executivo, além do motor, todos os componentes do caminhão são trocados e não adaptados. Garantido a vida útil e qualidade igual ao do veículo original.


"Nós levamos o caminhão diesel para a fábrica. Retiramos o motor original e colocamos o motor a gás MWM com potência e torque equivalentes. Garantimos que ela tenha toda a conexão com o sistema do caminhão. E também equipamos os tanques e toda a parte de gerenciamento de combustível. Além disso, fazemos toda a homologação junto ao Inmetro. Do mesmo modo, atualizamos o documento do veículo junto ao Detran", explica.

Tecnologia atrai montadoras

Não por acaso, a MWM está em conversa com montadoras que estão interessadas na solução. Porém, o diretor revela que as conversas ainda estão sendo iniciadas. Portanto, não pode revelar o nome das marcas.

Entrar com motores a gás nessas operações foi estratégico para a empresa. Sobretudo, quando se fala em economia. Afinal, as atividades agrícolas, assim como da coleta de lixo, oferecem matéria-prima em abundância para a produção do combustível.


Os caminhões quando abastecidos com biometano reduzem as emissões de poluentes em 95%

Nesse sentido, Ferrarese diz que nessas aplicações o uso do biometano chega a reduzir o custo total de operação (TCO) em cerca de 60%. Se for gás natural a queda é de 15%. Isso comparando a operação caminhão com motor diesel.

Do mesmo modo, do ponto de vista ambiental, quando se trata de gás natural, a redução do índice de emissões de particulados é na ordem de 25%. No uso de biometano, a redução é de 95%. Referente ao nível de ruído do veículo a redução é de 20%.


Gás: um combustível competitivo para a realidade do Brasil

Ferrarese ainda explica que do ponto de vista de operação em plena carga (torque e potência do caminhão) o diesel é ainda um combustível competitivo. Todavia, o gás, em termos de torque e potência, também entrega a mesma competitividade.

Em relação a autonomia, o gás ainda sofre pênalti frente ao diesel. Já que sua autonomia pode variar de 600 km a 800 km, dependendo da quantidade de cilindros. O diesel, por sua, a autonomia sobe para mais de 1 mil km. 

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