Os veículos elétricos estão cada vez mais presentes nas operações de transporte urbanas, seja de cargas ou de passageiros. Isso porque as empresas têm de alcançar metas de redução de emissões. Afinal, com isso conseguem fechar melhores contratos e linhas de crédito mais baratas, por exemplo. Seja como for, assim como ocorre com os modelos a diesel, a autonomia é um fatores decisivos na hora da compra. E é esse um dos principais apelos da linha de utilitários elétricos eSprinter, da Mercedes-Benz.
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Graças às versões a diesel, que estão no mercado brasileiro há mais de duas décadas, o modelo chega com uma boa chancela. Não por acaso, a Mercedes-Benz lidera as vendas do segmento no País. Porém, a linha eSprinter chegou mais recentemente ao mercado brasileiro para desafiar concorrentes de peso, com a Ford e-Transit e a Iveco eDaily. Seja como for, a novidade tem preço sugerido a partir de R$ R$ 482.900. Ou seja, bem abaixo das rivais, que partem de cerca de R$ 540 mil.
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Outra vantagem da Mercedes-Benz eSprinter é a oferta das versões furgão, van de passageiros e chassi-cabine. Por ora, Ford e Iveco só oferecem opções para transporte de carga. Para saber do que o modelo é capaz, avaliamos o furgão eSprinter 320, de entrada na linha. Assim, trata-se do equivalente à Sprinter Street com motor a diesel. Ou seja, pode ser guiada por motoristas com CNH de categoria B.
O furgão com motor elétrico tem peso bruto total (PBT) de 3,5 t. E carga útil de 775 kg ou 10,5 m³ de capacidade de carga. Isso porque o modelo avaliado foi a com chassi longo. A Mercedes-Benz oferece a versão de chassi extra-longo de 14 m³ de capacidade de carga e 630 kg de carga útil.
Autonomia estendida
A eSprinter, conforme aferição do Inmetro, tem 209 km de autonomia entre as recargas. Porém, durante a nossa viagem, o veículo entregou mais do que isso. Ou seja, 100% carregado apresentou autonomia de 278 km.
Na metade do trajeto o furgão rodou parcialmente carregado com cerca de 300 kg e em trecho urbano. Outra parte rodou vazia, entre o ambiente urbano e rodoviário. Assim, na soma, foram 105 km percorridos com o veículo.
Como resultado, no final da avaliação foram consumidos 32% da energia. Em outras palavras, a eSprinter ainda seria capaz de rodar 227 km.
Esse resultado tem relação com o trem de força. O motor elétrico está disponível com potência de 150 kW, equivalente a 200 cv e o torque é de 41 mkgf. Porém, sua maior eficiência tem relação com a combinação do motor com o eixo traseiro elétrico.
Além disso, a transmissão automática contribui para a regeneração do veículo. Ela conta com três modos de condução diferentes. O que vai fazer a diferença no desempenho e no consumo de energia.
A linha conta com duas opções de bateria (81kWh e 113kWh). Nossa avaliação ocorreu com o veículo equipado com bateria de 81kWh, com tecnologia LFP (Lítio-Ferro-Fosfato)
Modos de condução auxiliam a autonomia
Nesse sentido, o modo "Comfort" permite que o veículo trafegue em condições “normais”. Ou seja, com potência e torque disponíveis. Todavia, no modo "Economic" a potência do motor é limitada para garantir mais eficiência. Já no modo "Maximum Range" reduz ainda mais a potência do motor, limitando o uso de funcionalidades como o controle de clima para otimizar ao máximo a autonomia. Esta, se adequa muito bem para que roda apenas no ambiente urbano.
A frenagem regenerativa, que converte a energia cinética em energia elétrica, também contribui para maximizar a autonomia. Existem quatro níveis manuais de recuperação selecionáveis (D-, D, D+, D++).
Assim, a inércia do veículo faz com que carregue as baterias, aumentando a autonomia. Todavia, nessa condição, ao pisar no pedal de freio, a frenagem não é tão intensa como ocorre no modo de condução normal.
Carregador
Como todas as vans elétricas da Mercedes-Benz, a eSprinter pode carregar tanto com corrente alternada (AC) quanto com corrente contínua (DC). O carregador a bordo, que converte a corrente no veículo quando a recarga é feita com corrente alternada, como em uma wallbox, tem uma potência máxima de 11 kW.
Para minimizar o tempo de recarga para os clientes, o veículo pode ser carregado com até 50 kW em estações de carregamento rápido. Para os clientes, a recarga rápida de 10 a 80% da capacidade leva cerca de 93 minutos para a bateria de 113 kWh.
Nossa reportagem não chegou a avaliar o tempo de recarga do veículo porque a versão de carregador a bordo não tinha entrada para tomadas residenciais. Sendo adequado para frotistas.
A bordo da eSprinter
Um ponto forte do utilitário elétrico da Mercedes-Benz é a dirigibilidade. Leve ou carregado, o veículo não deixa o motorista fadigado. Contribui para isso a direção elétrica.
Além disso, mesmo sendo um veículo mais alto, a sensação é de estar a bordo de um automóvel cheio de recursos e com ótima visibilidade, já que tem 2.616 mm carregado.
De série o utilitário traz ar-condicionado, volante multifuncional com piloto automático, cluster do painel de instrumentos digital, vidros e retrovisores elétricos. Um recurso bem bacana é o sistema MBUX que conta com assistente de voz “Hey Mercedes” e conexão ao celular sem fio, rádio etc.
Do mesmo modo, o veículo conta com importantes recursos de segurança, como o assistente ativo de frenagem (ABA). Assim como alerta de ponto cego, alerta de fadiga e assistente anticapotamento.
Veredito
A eSprinter tem todos os predicados para se dar bem no mercado brasileiro. O veículo oferece uma série de soluções embarcadas muito similares as ofertas do mercado. Porém, o preço competitivo pode ser dar vantagem para a Mercedes-Benz.
Cabine | Furgão / três lugares |
Motor | Elétrico de 200 cv de potência e 41 mkgf de torque |
Transmissão | Automatizada |
Peso em ordem de marcha (kg) | 2.725 |
PBT (kg) | 3.500 |
Capacidade de carga (m³) | 10,5 m³ |
Carga útil (kg) | 775 |
Preço R$ | 482.900 |