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Mercedes-Benz do Brasil lança caminhões autônomos

Mais do que uma tendência, automatização de veículos no País é uma realidade que cresce

Décio Costa

19 de set, 2018 · 5 minutos de leitura.

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Axor 3131 autônomo
Crédito:Foto: Mercedes-Benz

A Mercedes-Benz do Brasil aproveitou o IAA, o Salão Internacional de Veículos Comerciais de Hanover, Alemanha, para anunciar negociação de 16 unidades do Axor 3131 com tecnologia de direção autônoma para aplicação na colheita da cana-de-açúcar. O conceito é o mesmo já oferecido comercialmente pela Volvo, mas cabe dizer que ambas se colocam em posição de vanguarda em relação ao restante do mundo na questão de tendência do transporte.

O projeto da Mercedes-Benz é resultado de uma parceria com a empresa de tecnologia Grunner, responsável pela instalação do kit tecnológico. O pacote, baseado em sistema de geolocalização e atuadores eletrônicos em sistema hidráulicos na direção, permite que o caminhão trafegue pelas linhas de plantação de maneira autônoma, com precisão de 1,5 a 2,5 centímetros. O objetivo é evitar que o veículo destrua os brotos da cana, os remanescentes que dão origem à safra posterior.

Atualmente há dois veículos em operação na Usina Alta Mogina, de São Joaquim da Barra (SP). Para cumprir com a missão, o Axor recebeu uma bitola de 3 metros, mais larga para se ajustar às linhas da plantação, pneus flutuantes, suspensão mista que combina arranjo metálico e pneumático e um segundo eixo direcional, configurando o veículo como 8x4. Sua capacidade chega a 18 toneladas de carga útil em caçamba de 40 m³.


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O argumento para enfatizar as vantagens da automatização no campo é a produtividade. Com o uso de um caminhão autônomo, de cada duas safras da cana-de-açúcar, ganha-se a produção de uma terceira só por evitar o esmagamento dos brotos pelos pneus.

“O segmento do agronegócio investe em tecnologia e sabe o benefício que ganha com tecnologia”, resumiu Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil durante anúncio da novidade. “Esperamos ter fila de pedidos o ano que vem, porque com um caminhão convencional o potencial da produção é 69 toneladas por hectares, com a tecnologia autônoma a produtividade sobe para 117 toneladas.

Diante do que vê no Salão de Hanover, o Brasil, com a Mercedes-Benz e a Volvo, se apresenta de maneira pioneira no uso da tecnologia autônoma. Ou pelo menos uma realidade já pronta para entregar as vantagens há anos destacadas.


Segurança, eficiência, redução do consumo de combustível, dentre tantos outros benefícios sugeridos pelo veículo autônomo ainda se limitam ao terreno das experimentações.

No Salão de Hanover o tema mais vez ganha foco. A própria Volvo levou para o evento o Vera, um caminhão-conceito elétrico sem cabine, monitorado por uma central para operar em ambientes controlados, como portos ou entre núcleos logísticos em aplicações de curtas distâncias e carga de alta densidades.

A Daimler também, por meio de sua divisão de vans, apresentou conceito autônomo e elétrico, o Urbanetic, no qual a plataforma de transporte pode se prestar ao deslocamento de passageiros ou de carga. Conforme necessidade, o operador apenas substitui o tipo de carroceria.


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