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Mercedes-Benz Arocs 8x4 é até 35% mais rentável que Actros

Mercedes-Benz Arocs 8x4 foca operações pesadas, como mineração e construção civil, e tem custo de operação bem inferior ao do Actros 8x4

Andrea Ramos

22 de ago, 2022 · 10 minutos de leitura.

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Pegamos carona no Mercedes-Benz Arocs
Pegamos carona no Mercedes-Benz Arocs
Crédito:Mercedes-Benz/Divulgação
Pegamos carona no Mercedes-Benz Arocs

O Mercedes-Benz Arocs foi lançado no Brasil em 2021 para substituir o Actros 4844, que saiu de linha em 2019. O modelo com tração 8x4 é destinado à operações pesadas, como mineração e construção civil. Com preço sugerido a partir de R$ 1,1 milhão, o novo caminhão traz muita tecnologia. Segundo a marca, o resultado é a redução de mais de 30% no custo de operação na comparação com seu antecessor.

Para conferir do que o Arocs é capaz, o Estradão visitou, a convite da Mercedes-Benz, a Cattegran Granitos do Brasil. Segundo a empresa do Espírito Santo, há quatro unidades do novo modelo atuando no transporte de pedras. De acordo com a companhia, em apenas três meses foi possível constatar a redução de 35% nos custos operacionais.

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Conforme o CEO da empresa, Renan Catelan Filho, a frota tem 25 caminhões. Desse total, 17 são da Mercedes-Benz. De acordo com ele, esses modelos atuam no transporte de pedras e em atividades de apoio. Os quatro Arocs operam na retirada de terra, cascalho e pedras. Assim, podem carregar rochas de até 3 m³, além de peças menores e brita.

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Novo caminhão foca operações pesadas, como mineração e construção civil; Fotos: Mercedes-Benz

O parrudo da pedreira

Segundo informações da empresa, parte da frota é composta por Actros 4844. Porém, Catelan Filho diz que com o tempo esses modelos vão ser substituídos pelo Arocs. Conforme o executivo, o novo caminhão consome 15% a menos de diesel, por exemplo. Além disso, a produtividade da pedreira praticamente dobrou graças à maior velocidade. Ou seja, enquanto o Actros roda, em média, a 4 km/h, o Arocs trafega a 9 km/h na mina.


Conforme e especialista, uma das dificuldades da operação é a inclinação da pista, com mais de 35° de variação. "Com o Arocs, o número de viagens feitas aumentou. Além disso, o custo por quilômetro rodado foi reduziu. Na soma, a operação com os quatro caminhões ficou 35% mais rentável”, diz o CEO da Cattegran.

De acordo com o motorista Ronivaldo Rosa da Silva, que nos levou de carona a bordo do caminhão, o Arocs precisa de 12 litros de diesel por hora trabalhada. Ele afirma que para cumprir o mesmo tipo de tarefa, o Actros queima, em média, de 15 a 16 litros de combustível.

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Mercedes-Benz/Divulgação

Arocs 8x4 tem CMT de até 150 toneladas

Além disso, o Arocs pode tracionar até 35 t de carga líquida nas básculas de 22 m³ utilizadas pela Cattegran. Para comparação, o Actros trabalha com básculas de até 20 m³. Da mesma forma, a capacidade máxima de tração (CMT) do novo caminhão é de 150 t. Bem como seu peso bruto total (PBT) é de 58 t.

Ou seja, o Arocs pode operar com básculas de até 24 m³. De acordo com a Mercedes-Benz, o modelo com tração 8x4 foi projetado para operações extremas. Na pedreira, Silva manteve o sistema de freio retarder acionado o tempo todo. O trecho é bem íngreme e tem cerca de 3 km de extensão.

Assim, em nenhum momento o motorista precisou pisar no pedal de freio. Na descida, a 20 km/h e com a sexta marcha engatada, o motor girava a 1.300 rpm. Nessa situação, estava acionado o terceiro estágio do retarder. Vale ressaltar que o sistema gera potência de frenagem de 900 cv. Em conjunto com o freio-motor, a potência de frenagem passa dos 1.100 cv. Assim, dá para manter a transmissão no modo automático. Isso ajuda a reduzir o cansaço e melhorar a produtividade.


Mercedes-Benz tem força de sobra

Carregar o caminhão leva, em média, 7 minutos. Depois disso, é na subida que o Actros mostra toda sua força. Colabora com isso o sistema de auxílio de partida em rampa. Com o velocímetro marcando em torno dos 10 km/h, o câmbio automático mantém a terceira marcha engatada. No topo, ainda em terceira e com o motor girando a 1.400 rpm, a velocidade chega a 15 km/h. Ou seja, sem sair da faixa verde.

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Extração da Cattegran chega a 40 mil m³ de granito por ano

Segundo a Cattegran, a extração de granito chega a 40.000 m³ de granito por ano. A retirada é feita em forma de blocos, que são vendidos para empresas de todo o Brasil. A capacidade de produção é de, em média, 400 blocos por mês. Essas peças têm de 5 a 12 m³ cada. De acordo com a empresa, boa parte das entregas é feita por meio de frota própria, com três caminhões Actros rodoviários.


O Arcos 4x8 tem motor OM 460 LA. Esse 13 litros de seis-cilindros em linha gera potência de 150 cv a 1.800 rpm e torque de 245 mkgf a 1.100 rpm. A transmissão, MB G 340, é automatizada de 12 velocidades. Conforme a fabricante, o eixo traseiro é o MB HD7-HL7 com redução nos cubos. Já a relação de eixo é de 6,82:1.

Além disso, a suspensão dianteira conta com molas parabólicas e amortecedores telescópicos de dupla ação. Bem como com barras estabilizadoras e compensadoras de carga. Por sua vez, a suspensão traseira tem molas parabólicas do tipo Boogie.

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Cabine é completa e garante conforto para motorista e um ajudante

Arocs traz soluções eletrônicas avançadas

O novo Arocs também traz várias soluções eletrônicas. Ou seja, no quesito segurança, por exemplo, tem sistema de freio eletrônico (EBS) e freio de estacionamento eletrônico ativado automaticamente. Isso ocorre quando o motorista abre a porta com o caminhão parado. Além disso, o auxílio de partida em rampas evita que o caminhão volte de ré em subidas íngremes. Portanto, trata-se de uma solução ideal para operações como em pedreiras.

Apesar de a Mercedes-Benz não revelar o valor do investimento, para desenvolver o Arocs para o Brasil foram necessários dois anos. Isso inclui os testes feitos na Alemanha e aqui. Seja como for, o lançamento do modelo no País faz parte do pacote de R$ 2,4 bilhões iniciado em 2018. O fim desse ciclo ocorrerá neste ano, com o lançamento dos caminhões com motores que atendem as regras do Euro 6.

Basicamente, três marcas disputam vendas no segmento no mercado brasileiro. Além do Mercedes-Benz Arocs, estão no páreo o Volvo FMX e o Scania Heavy Tipper. Juntos, esses caminhões vendem entre mil e 1.200 unidades por ano. Com a nova opção, a marca alemã pretende voltar a liderar os emplacamentos. Além disso, a fabricante aposta na oferta de serviços de pós-vendas para ampliar seu faturamento.


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