Hitech Electric é o nome da empresa paranaense que entrou, recentemente, na briga por uma fatia do mercado brasileiro de caminhão elétrico. A sede da companhia fica em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A Hitech Electric acaba de lançar o E-Work, seu terceiro modelo elétrico. O preço sugerido parte de R$ 196.900.
O novo produto é classificado pela empresa como um VUC. Isso porque suas dimensões atendem as normas de circulação de veículos de carga em grandes cidades brasileiras. O modelo é, na verdade, um utilitário, pois seu Peso Bruto Total (PBT) é inferior a 3,5 toneladas.
O E-Work tem baterias de íons de lítio que garantem autonomia de até 150 km. Com capacidade de carga de 1.500 kg, o modelo tem velocidade máxima de 80 km. Dependendo da configuração, o preço sugerido pode chegar a R$ 203.600.
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Em entrevista exclusiva ao Estradão, o CEO da Hitech Electric, Rodrigo Contin, diz que duas unidades do novo modelo já estão reservadas. Segundo o executivo, a empresa lançará outro veículo elétrico em breve. A novidade deverá ser um caminhão elétrico semi-leve, com PBT de 3,5 a 6 toneladas.
Os dois primeiros modelos elétricos da marca foram lançados em 2018, segundo Contin. Trata-se do e.coTruck e do e.coCargo. O primeiro tem autonomia de até 150 km e capacidade de carga de 800 kg. O caminhão elétrico é focado no transporte de insumos (dentro e fora de pátios fabris). Também pode operar em pequenas mudanças e para transporte de vidros, por exemplo.
Esse modelo tem preço sugerido a partir de R$ 109.900. O e.coCargo tem autonomia de até 100 km. Por R$ 112.900, pode levar até 800 kg de carga e está disponível com baú. Com isso, pode transportar diversos tipos de produto.
Com os dois modelos, a empresa informa que tem cerca de 30% de participação no mercado de caminhões elétricos no Brasil. Dados do Denatran divulgados pelo Fórum de Veículos e Mobilidade Elétrica mostram que desde 2016 foram emplacados apenas 59 caminhões elétricos no Brasil. Desse volume, 16 são da Hitech Electric.
Entre os principais concorrentes da empresa paranaense estão o BYD T8A e o recém-lançado JAC IEV1200. Outro rival deverá ser o e-Delivery, da VWCO, cujo lançamento está marcado para 2021. Do grupo de clientes que já compraram caminhões da Hitech estão as multinacionais Bosch e Michelin.
Os veículos são utilizados dentro das plantas dessas empresas. Algumas unidades também foram vendidas para distribuição urbana e operação frigorífica, segundo informações da Hitech Electric.
Caminhão elétrico da Hitech é fabricado na China
Os três modelos da Hitech Electric são feitos na China sob encomenda. A empresa brasileira não revela o nome da fabricante chinesa. “Eles customizam os produtos de acordo com as nossas orientações”, diz Contin. O executivo informa que os modelos são finalizados no Brasil.
A Hitech Electric tem quatro pontos de venda no Brasil. Essas operações ficam em Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP) e Fortaleza (CE). Também oferece um canal online de vendas. Esse serviço foi lançado em junho deste ano.
O CEO da Hitech Electric diz que o pós-venda da empresa é diferente do convencional. “Entendemos que essa área é prioritária para o negócio de caminhões", diz Contin. Ele afirma que os pontos de apoio de manutenção são mantidos por parceiros. Segundo ele, o Centro Automotivo Porto Seguro garante atendimento em 350 pontos de serviço no País.
Segundo Contim (foto acima), a empresa tem estoques reguladores de peças em seu centro de distribuição em São José dos Pinhais. “Enviamos aos centros automotivos conforme a necessidade.”
Meta é nacionalizar 60% das peças
O executivo diz que o plano da empresa é nacionalizar pelo menos 60% das peças dos caminhões em breve. “Isso permitirá que o financiamento seja feito por meio de Finame. E ficaremos menos reféns da variação do dólar.”
Com isso, segundo ele, a empresa vai ganhar competitividade. “A ideia é que essa nacionalização ocorra em menos de dois anos.”
A Hitech Electric foca a mobilidade elétrica. Além de caminhões, oferece no Brasil outros veículos elétricos de marca própria e de terceiras. Há motocicletas, automóveis e barcos, além de motores elétricos para o segmento náutico, entre outros.
Formado em engenharia mecânica, Contim diz que sempre trabalhou na área de competições de automóveis. “O nome Hitech veio da equipe de corrida Hitech Racing. Trabalhei em categorias na Europa e no Brasil." O time de competição foi criado por ele em 2010.
Contim decidiu entrar no ramo da mobilidade elétrica em 2016. A Hitech Electric surgiu como uma startup e, segundo ele, vem recebendo investimentos de empresas nacionais. “Estamos no processo de uma segunda captação série A. Isso significa que os investimentos giram entre R$ 5 e R$ 30 milhões.