A indústria comemora o aumento da produção de caminhões no Brasil. Em setembro, a produção cresceu 60,7% em relação ao mesmo mês de 2023. Neste ano, os fabricantes produziram 102,6 mil caminhões, comparado às 71,8 mil unidades fabricadas em setembro de 2023.
Todavia, é importante destacar que esse crescimento partiu de uma base baixa. Em 2023, a economia não era tão favorável para a aquisição de caminhões, além da implementação da tecnologia Euro 6, que elevou o preço dos veículos. Esse cenário impactou negativamente as vendas de caminhões pesados.
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Setembro se destacou nas venda de caminhões
De acordo com a Anfavea, que representa dos fabricantes de veículos, o mercado está reagindo em 2024. A média diária de emplacamentos de caminhões no mês passado foi a mais alta desde dezembro de 2022, com uma média de 545 unidades. As montadoras emplacaram 11,5 mil caminhões em setembro, um aumento de 30,6% em comparação ao mesmo mês de 2023, quando venderam 8,8 mil unidades.
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Vale lembrar que, em 2022, o mercado de caminhões estava aquecido devido ao fim da comercialização dos modelos Euro 5. Muitos empresários investiram nos estoques remanescentes dessa tecnologia mais barata. Em 2023, com a introdução da Euro 6, o preço dos caminhões subiu em média 20%.
Ônibus em alta, mesmo com queda no Caminho da Escola
Os fabricantes de ônibus produziram 2.177 unidades em setembro, um aumento modesto de 1% em comparação a agosto, quando produziram 2.156 veículos. Comparando com setembro de 2023, houve um avanço de 16,7%, com a produção de 1.865 unidades.
No mês passado, foram emplacados 2.004 ônibus, um aumento de 33,3% em relação ao mesmo mês de 2023, que registrou 1.503 emplacamentos. No entanto, em comparação a agosto, as vendas caíram 16,7%, passando de 2.406 para 2.004 unidades. De acordo com a Anfavea, apesar dessa queda, setembro foi o melhor mês para vendas de ônibus desde 2014.
Caminho da Escola não estimula vendas como o esperado
No início do ano, as montadoras esperavam um crescimento nas vendas de ônibus, impulsionado principalmente pelo Programa Caminho da Escola. Porém, o programa não atingiu as expectativas. Conforme dados da Anfavea, no acumulado de 2024, as montadoras venderam 15.760 ônibus, com 1.847 unidades destinadas ao programa — uma queda de 44% em comparação ao mesmo período de 2023, quando entregaram 2.660 unidades ao programa.
Segundo o vice-presidente da Anfavea, Eduardo Freitas, as vendas de caminhões e ônibus no Brasil podem se manter boas em 2025, como estão em 2024, mas isso dependerá das taxas de juros, que começaram em 10% e já chegaram a 13%. "Os financiamentos impulsionam a venda de veículos comerciais. Se a Selic aumentar, pode haver um impacto negativo nas vendas em 2025", afirmou o executivo.
Por outro lado, as vendas geradas pela Fenatran podem impactar positivamente os emplacamentos no início de 2025. Além disso, há sinais de crescimento no agronegócio e na construção, o que pode favorecer o setor.