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Marcas levam brasileiros ao IAA visando fechar negócios na Fenatran

Ao levar clientes brasileiros ao IAA, fabricantes antecipam tecnologias que logo estarão no Brasil de modo a dar início a processo de vendas

Andrea Ramos, de Hannover, Alemanha

26 de set, 2022 · 6 minutos de leitura.

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Negócios iniciados no IAA devem ser concluídos na Fenatran
Negócios iniciados no IAA devem ser concluídos na Fenatran
Crédito:Andrea Ramos/Estadão
Negócios iniciados no IAA devem ser concluídos na Fenatran

As marcas de caminhões com fábrica no Brasil costumam levar clientes brasileiros ao IAA Transportation, nome oficial do Salão de Hannover. O objetivo é mostrar as tendências de tecnologia e inovação que logo chegarão ao País. Assim, empresários que foram à Alemanha têm mais subsídios para decidir pela compra de novos modelos. Ou seja, são negócios iniciados no IAA que devem ser fechados na Fenatran, feira do setor de transportes que ocorrerá em novembro, na capital paulista.

CEO do Grupo Toniato, André Luís Façanha foi um dos convidados pela Mercedes-Benz para visitar o maior salão de transportes do mundo. Segundo o empresário, que havia visitado o IAA em 2014, o avanço tecnológico impressiona. “Na época, já se falava sobre eletrificação e havia algumas iniciativas com relação à sustentabilidade no transporte. Ou seja, o que era tendência virou realidade”, diz.

Leia também: Eletrificação marca a edição de 2022 do IAA Transportation


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De acordo com o executivo, há grandes desafios pela frente. Sobretudo em relação à infraestrutura de carregamento e reabastecimento. “Sabemos que na Europa a solução chegará antes. Mas não vai demorar para vir ao Brasil”, diz Façanha. Seja como for, o Grupo Toniato já deu início à virada de chave. Para isso, conta com caminhões a gás da Scania, bem como converteu modelos leves da Mercedes-Benz.

Toniato se prepara para o transporte mais limpo

Além disso, a frota da empresa inclui o Volkswagen e-Delivery. O caminhão 100% elétrico atua em uma operação interna da Bayer e roda, em média, 50 km por dia. Conforme Façanha, a ideia é conhecer a tecnologia. “Do ponto de vista econômico, a conta não fecha, mas como fizemos uma parceria com o cliente, ambos abrem mão do lucro. Nossa intenção é aprender juntos sobre essa tecnologia”, diz.

No mesmo sentido, a empresa atua para que os caminhões com motores a diesel não rodem vazios. Com isso, é possível reduzir o consumo de combustível e as emissões de poluentes. Para isso, o Grupo Toniato mantém uma startup que faz o monitoramento de todos os caminhões. De acordo com Façanha, graças a essa iniciativa a economia chega a R$ 500 mil por mês.


Negócios iniciados no IAA devem ser concluídos na Fenatran
Maier negocia a compra do Iveco S-Way, que vai ser lançado na Fenatran; Foto: Andrea Ramos/Estradão

Do IAA para o Brasil

Além disso, ele diz que o Grupo Toniato utilizaria as soluções de gestão mostradas no IAA. "Já usamos alguns serviços, como o Mercedes-Benz Fleetboard e as tecnologias da Scania. “Vi outras tecnologias que, com toda certeza, caberiam na minha operação." Segundo ele, um dos destaques é o sistema de controle de pneus da Bridgestone. O dispositivo informa dados como desgaste da banda de rodagem e pressão interna, o que facilita a gestão do equipamento.

Completando a frota com o Iveco S-Way

Diretor da Transhenry, Henry Maier foi ao IAA pela primeira vez e a convite da Iveco. De acordo com ele, 30% da frota da empresa, que conta com 63 caminhões, é formada pelo pesado Hi-Way. O executivo afirma que está satisfeito com o desempenho do caminhão. Agora, ele está negociando a compra do S-Way. O modelo, que ainda não está disponível no Brasil, vai ser lançado durante a Fenatran.


De acordo com o empresário, entre os destaques da marca italiana no IAA, um dos mais impressionantes era o Nikola TRE a célula a hidrogênio. Porém, ele diz que no Brasil a solução ideal para operações rodoviárias, que são o foco da Transhenry, é o caminhão a gás. Assim, o executivo afirma que está de olho nas soluções que devem ser lançadas pela Iveco no mercado brasileiro.

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