A linha de caminhões Delivery da Volkswagen Caminhões e Ônibus ganhou seis novos integrantes, resultado de um projeto que demandou cinco anos de desenvolvimento e investimento de R$ 1 bilhão. Na inédita gama, os caminhões Delivery Express e 4.150 colocam a montadora na disputa do segmento de semileves, categoria na qual a fabricante até agora não atuava.
“Desenvolvemos um conceito inédito para o segmento, no qual o cliente frequentemente opta por picapes ou veículos baseados em vans”, conta Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e pós-venda para a América latina. “Agora, temos um produto para oferecer com características de caminhão, com cabine avançada, dois metros de largura interna, mas sem abdicar da versatilidade de um comercial leve.”
De acordo com o executivo, o Express foi a principal razão de o projeto existir, internamente denominado Phevos (o outro nome de Apolo, deus da luz e da música). “O alto investimento não justificava o desenvolvimento de um único modelo, daí o nascimento de uma nova família de caminhões, com representantes também na categoria de leves e médios.”
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Além dos semileves, surgem na nova linha o 6.160, o 9.170, o 11.180 e o 13.180, abrangendo faixa de 3,5 a 13 tonadas de PBT (Peso Bruto Total). Todos os modelos trazem motor Cummins com potências de 150 a 180 cv com tecnologia SCR, com exceção do Express, dotado de sistema EGR. Com a introdução da nova gama, a Volkswagen Caminhões e Ônibus passa a ter onze opções da família Delivery no portfólio.
Os novos caminhões custam de 7% a 10% a mais em relação à linha Delivery atual, que permanece em produção. Os valores ainda não estão definidos para toda a gama, mas no caso do Express, veículo com capacidade de carga líquida de 1 tonelada, partirá de R$ 188.000. A fim de ter mais argumentos para comprador, a fabricante também ofertará os modelos semileves já implementados de fábrica em versões carga-seca e baú, o que acresce valores em torno de R$ 7.000 e R$ 10.000, respectivamente.
Apesar do investimento inicial maior, a marca tem expectativas ambiciosas para os novos produtos ao projetar vendas de 50 mil unidades em algum momento entre 5 e 10 anos, das quais 30 mil consolidadas no mercado doméstico e o restante nas exportações. “Enxergamos novas oportunidades com a ampliação da família Delivery, que também representa um novo ciclo de produto e de empresa”, diz o vice-presidente de vendas. “A MAN já tem a liderança no segmento de leves com o 8.160, e não tenho dúvidas de que em pouco tempo também estaremos no topo dos semileves.”
Para o primeiro ano cheio de vendas dos novos caminhões, o executivo aposta maior parte das fichas no Express, afinal, será o carro-chefe de um segmento inédito para a fabricante. No ano que vem, a expectativa é negociar de 100 a 150 unidades por mês do modelo e somar em torno de 800 unidades mensais da nova família. “O objetivo é conquistar em pouco tempo 30% da categoria de semileves.”
Os novos caminhões da Volkswagen começam a chegar ao mercado em etapas. Agora em setembro desembarcam na rede os 11.180 e os 9.170. No fim de dezembro, início de janeiro ganham as lojas o 6.160. Em fevereiro será a vez do Express, em março do 4.150 e, logo em seguida o 13.180. Também aos poucos será incorporada à família a opção de caixa de câmbio automatizado que estará disponível em toda a linha até o fim do ano que vem. O primeiro integrante a receber a tecnologia será o 11.180, já no primeiro trimestre de 2018.
O projeto que deu vida aos novos Delivery representa o maior investimento em produto da empresa nos últimos 10 anos. Os veículos não guardam nenhuma semelhança com a linha atual e foram desenvolvidos do início ao fim pelo time de engenheiros brasileiros da MAN. Roberto Cortes, CEO e presidente da MAN Latin America, adianta que as novidades também foram pensadas para atuar nos mais diversos países ao redor do mundo. “Eles já nasceram preparado para ganhar os mercados internacionais, independentemente da legislação ou do país”.
Os olhos da companhia para os mercados externos são tão grandes quanto os que enxergam o doméstico. Já no ano que vem os modelos começam a chegar nos mercados latino-americanos, do México ao Uruguai. Depois Marcos Forgioni, vice-presidente para mercados internacional, lista mercados potenciais no Norte da África, América Central, Oriente Médio e também a Europa. “No curto prazo trabalhamos com a possibilidade de exportar por volta de 15.000 unidades por ano, dos quais 5 mil de novos Delivery”. Esse ano, a montadora deverá registrar remessas de 8.500 veículos, dentre caminhões e ônibus.
A introdução da nova família também exigiu melhorias na fábrica de Resende (RJ). A unidade de armação das cabines ganhou 4.000 m² a mais e 37 robôs, responsáveis pelo processo de solda. Depois, para dar conta do aumento de produtos nas linhas, a companhia abriu trezentas vagas de emprego, duzentas delas para a área de manufatura e outras cem para a operação do primeiro centro de atendimento ao cliente, local que concentrará entregas técnicas e treinamento.