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Mais de 50% dos roubos de caminhões e implementos em SP ocorre pela manhã

Levantamento do Grupo Tracker também aponta modelos da Mercedes-Benz, Scania e Volvo na liderança de roubos de caminhões no Estado

Décio Costa

05 de nov, 2021 · 5 minutos de leitura.

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Mais da metade dos roubos de caminhões em SP ocorre pela manhã
Mais da metade dos roubos de caminhões em SP ocorre pela manhã
Crédito:Mercedes-Benz/Divulgação
Mais da metade dos roubos de caminhões em SP ocorre pela manhã

A maioria dos roubos de caminhões e implementos rodoviários no Estado de São Paulo ocorre pela manhã. Segundo dados do Grupo Tracker, são cerca de 51% das ocorrências, incluindo também os furtos. O estudo feito pela empresa do setor de rastreamento utilizando dados do primeiro semestre de 2021. Assim, a base de cálculo foram os 2.338 casos de furto e roubos de caminhões e implementos registrados por seus clientes.

Embora os números não reflitam necessariamente o que acontece no mercado como um todo, indicam os períodos de maior risco. “É o período de maior circulação de caminhões" afirma o delegado Jose Roberto Lopes. Ele é o titular da 3ª Delegacia de Investigações sobre Roubo e Furtos de Veículos (Divecar) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo.

Assim, o motorista deve redobrar a atenção pela manhã. De acordo com o levantamento, os modelos mais visados pelos bandidos são da Mercedes-Benz, Scania e Volvo, nessa ordem. Atego, Accelo e Axor são os mais roubados e furtados da marca alemã. Da Scania, os preferidos são o R440 e o G420. FH 460 e FH 540 são os mais visados da Volvo.


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Cubatão lidera o ranking de roubos de caminhões

Completam a lista dos dez caminhões mais roubados o Hyundai HR e o Iveco Stralis. O levantamento da Tracker também revela as regiões com maior índice de roubos de caminhões e implementos. Entre os clientes da empresa, o município de Cubatão, no litoral sul, lidera o número de casos. Depois vêm Cajamar, Itaquaquecetuba, Osasco, São Bernardo do Campo e Embu das Artes.

De acordo com o delegado Lopes, o risco existe, independentemente do horário e do local; Porém, ele lista alguns cuidados simples que podem ajudar a reduzir o risco de ocorrências. Segundo ele, é preciso desconfiar de sinais de terceiros de que há algum problema no caminhão. "E ficar atento a veículos suspeitos próximos”, recomenda.

Seja como for, a maior parte dos caminhões roubados é desmontada. Segundo o Grupo Tracker, as peças retiradas são vendias por preços até 50% mais baixos que oferecidas legalmente. Assim, o levantamento também mapeou 50 desmanches especializados em veículos pesados. Desse total, cerc de 70% ficam na Grande São Paulo. Sobretudo em Osasco, São Paulo e Guarulhos.


Exigir nota fiscal contribui para combate ao crime

“Não é possível dizer que os desmanches são o principal destino de peças roubadas", afirma o delegado titular da Divecar. De acordo com ele, esse tipo de empresa tem amparo legal para funcionar.  "Isso está estabelecido nas leis 12.977 e 15.276, ambas de 2014”, afirma.

Conforme Lopes, cabe à polícia fiscalizar para evitar o comércio de produtos roubados e furtados. Seja como for, o delegado reconhece que nem sempre isso é possível. "Há muitas peças em que é difícil comprovar a origem, principalmente as menores."  De acordo com o policial, algumas não têm número de identificação.

Porém, o delegado lembra que o consumidor também tem responsabilidade quanto a existência desse tipo de negócio. Ele afirma que para contribuir o cidadão não precisa fazer nenhum grande esforço. Porém, tem obrigação de não incentivar o crime. “Exigir nota fiscal é fundamental”, diz. “Se ninguém comprasse peças ilegais, não haveria roubos de caminhões.”


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